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RS tem potencial para gerar R$ 3,7 bi a mais com soja e milho

Produção gaúcha atual seria possível em área 25% menor


Segundo APASSUL, ABRASEM e Céleres, produção gaúcha atual seria possível em área 25% menor

O Rio Grande do Sul pode conseguir R$ 3,7 bilhões a mais por safra se aproveitar todo o seu potencial produtivo. A conclusão é da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM) e seu braço regional no Estado, a APASSUL, com base em estudo da consultoria Céleres apresentado nesta quarta-feira (25) em Porto Alegre. Segundo a ABRASEM, apesar do recorde de uso de sementes de soja certificada na última safra, o baixo índice de uso de sementes certificadas no Estado, que atingiu 40% na última década, é um dos pontos que pode ser melhorado para garantir esses resultados aos produtores gaúchos.

De acordo com o engenheiro agrônomo e especialista em economia agrícola Anderson Galvão, diretor da Céleres, a maior produtividade da história do Rio Grande do Sul na última safra de soja não foi suficiente para tirar o estado da última posição do ranking de produtividade dos Estados brasileiros que produzem o grão. "A produtividade gaúcha na safra 2010/2011 foi de 2,6 toneladas de soja por hectare, a menor do País. O vizinho Paraná, por exemplo, que tem condições ambientais não muito diferentes, conseguiu produzir 3,3 toneladas por hectare, a taxa mais alta do Brasil", destaca Galvão. No caso do milho, com o uso de tecnologia, a diferença é ainda maior: enquanto a produção gaúcha foi de 4,6 t/ha, a paranaese foi de 8,3 t/ha - quase 80% maior.

Sementes 99% transgênicas, mas apenas 40% certificadas

Para Narciso Barison Neto, presidente da ABRASEM e da APASSUL, a principal diferença entre os dois Estados é a taxa de utilização de sementes certificadas de soja. No Rio Grande do Sul, apesar de 99% das lavouras serem geneticamente modificadas, apenas 40% das sementes são certificadas atualmente, enquanto no Paraná, onde a adoção de sementes transgênicas também é alta, embora um pouco menor, as certificadas chegam a 85% das lavouras. "É claro que há um conjunto de fatores associados a essa diferença de produtividade, mas a semente, sem dúvida, é o mais significativo", explica.

Barison lembra que, embora ainda baixo, o uso de sementes certificadas no Rio Grande do Sul tem aumentado de forma significativa nos últimos anos. "Essa taxa já foi de 3% em 2005, quando tivemos a menor produtividade da história da sojicultura gaúcha". Ele considera que a tradição cultural do produtor gaúcho de "salvar" sementes para a próxima safra ajuda a desacelerar o aumento da capacidade produtiva do Estado. "Quem usa semente salva perde produtividade no ano seguinte e freia a evolução tecnológica das lavouras", defende o produtor.

Potencial produtivo do RS
 

Potencial para gerar mais receita ou utilizar menor área

Na análise da Céleres, se a produtividade gaúcha de soja fosse a mesma registrada no Paraná, o Estado poderia produzir 2,8 milhões de toneladas a mais do grão. No caso do milho, essa diferença seria de 3,8 milhões de toneladas. Esses potenciais excedentes, considerando o preço atual da saca, poderiam gerar ao Estado R$ 3,7 bilhões: R$ 1,9 bilhões a mais com a soja e R$ 1,8 bilhão com o milho. "Isso representa uma média de R$ 720 por hectare a mais para milhocultores e sojicultores, com ganho líquido médio de cerca de R$ 300 reais por hectare", diz Anderson Galvão.

"Isso se considerarmos que a área atual seria mantida. Para manter a mesma produção atual, de 10,7 milhões de toneladas de soja e 8,5 milhões de toneladas de milho, o Rio Grande do Sul precisaria de 25% menos terras se tivesse a produtividade das lavouras paranaenses", analisa Galvão. "Isso mostra que, quanto maior a eficiência produtiva, menor é a pressão sobre o meio ambiente".

"De fato, além de dar mais segurança e renda ao produtor, o maior e melhor uso das tecnologias é importante ferramenta de preservação ambiental", afirma Barison. Segundo ele, a semente é o principal veículo de tecnologia do agronegócio. "Hoje, podemos até mesmo plantar sem terra, como ocorre na hidroponia. Mas não plantamos nada sem semente".

Produtividade soja 2010/2011, por estado
 

Produtividade milho 2010/2011, por Estado
 

GM: custo de não adoção é ainda maior que benefícios da adoção

Os dados apresentados pela ABRASEM foram baseados em análise regional dos resultados do Rio Grande do Sul para o estudo da Céleres que acompanha a adoção de biotecnologia nas lavouras brasileiras. A consultoria analisa os benefícios econômicos e socioambientais das culturas transgênicas para a entidade desde 2007. "O Rio Grande do Sul sempre esteve muito à frente dos outros Estados brasileiros nesse ponto. A soja transgênica já é o padrão na região há quase dez anos", diz Galvão.

As informações são da assessoria de imprensa da Abrasem A Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM).

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