A safra de soja do Rio Gande do Sul, terceiro maior produtor brasileiro, pode registrar uma quebra de 57% devido à estiagem que assola o Estado, ficando em apenas 4 milhões de toneladas, informou ontem a Fecoagro, entidade que reúne as cooperativas gaúchas.
A estimativa inicial da Fecoagro para a produção de soja gaúcha era de 9,4 milhões de toneladas, com base na média de produção dos últimos anos e na área semeada de 4,14 milhões de hectares.
Segundo levantamento feito pela entidade entre os dias 23 e 25 de fevereiro, a produtividade média da soja foi reduzida para 978 quilos por hectare, ante média histórica de 2.273 quilos.
"Considerando a atual cotação da soja, o prejuízo para os agricultores chegaria a R$ 2,5 bilhões", afirmou o agrônomo Ricardo Núncio em um relatório.
Segundo a Fecoagro, a pesquisa cobriu 66% da área cultivada com soja no Estado, com envio de dados por 31 cooperativas filiadas à entidade.
A Emater, estatal gaúcha de extensão rural, havia informado na sexta-feira que a safra de soja do Estado ficaria em 5,3 milhões de toneladas, 35% abaixo da estimativa inicial de 8,3 milhões de toneladas.
As chuvas previstas para o fim de semana vieram em volume muito baixo, insuficiente para aliviar a situação. E a previsão é de retorno do clima seco para os próximos dias em todo o Sul do Brasil.
Milho
A situação também preocupa bastante no Paraná, onde perdas já estão sendo registradas.
Outro dado do levantamento da Fecoagro indica que as lavouras de milho também sofreram bastante. A safra do cereal no Estado deve ficar em 2,2 milhões de toneladas, com redução de 55% ante a estimativa inicial de 5 milhões de toneladas.