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Rumor de greve em portos provoca nova tensão a exportadores


Produtores de grãos temem prejuízos com o escoamento da safra, por conta da suspensão da divulgação do relatório da Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012), que era prevista para hoje. Com isso, há a promessa de uma paralisação dos portuários, feita pelo presidente da Federação Nacional dos Estivadores, Wilton Barreto, em protesto à ação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), inicialmente no Porto da Suape (PE).


Até o fechamento desta edição, porém, ainda não havia definição sobre a data ou o tempo de duração da possível greve, mas o presidente do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, já prevê prejuízos, caso ela ocorra. "O tamanho da perda depende do tempo da paralisação e condições climáticas dos dias escolhidos. Mas uma greve de 48 horas, por exemplo, será capaz de travar o embarque das cargas e gerar problemas de proporções internacionais", afirmou Ferreira, ao DCI. Ele citou como exemplo a perda de um contrato de venda de soja para a China, no mês passado, devido ao atraso na entrega do produto. Destacou, ainda, que para os produtores este é o pior momento para a paralisação.

"O Brasil assume o compromisso de abastecer os compradores entre fevereiro e maio, aproveitando a entressafra dos outros produtores. Deixar de exportar justamente nesse período é muito prejudicial".

Já Wilton Barreto diz que a paralisação deve acontecer, sim, em protesto à "falta de compromisso" do governo com os trabalhadores.

Negociação

Segundo fontes ligadas ao DCI, o atraso na publicação do relatório teria acontecido por divergências entre o Planalto e o texto do relator da comissão, o senador Eduardo Braga (PMDB/AM). Ele teria sido orientado a mudar o posicionamento sobre concessões de terminais anteriores a 1993, extensão do período de novas concessões e o regime de contratação de funcionários.


Para o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, deputado Arnaldo Jardim (PPS/SP), caso o rumor se confirme, o texto encontrará resistência na Câmara. "Ao longo do processo nós evoluímos no entendimento com os trabalhadores. Esse clima de convergência deve ser mantido no relatório. Se isso não acontecer nós vamos nos mobilizar", disse.

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