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Ruralista aprova plano mas teme a burocracia


O Plano de Agricultura e Pecuária 2009/2010, detalhado no domingo pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e lançado na segunda-feira(22) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Londrina (PR), vem ao encontro da maior parte das solicitações da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO). "Minha preocupação é com a burocracia para se colocar o plano em prática", afirmou

A senadora está tão reticente com os trâmites existentes entre o anúncio do Plano de Safra e a chegada dos recursos no interior dos estados, nas mãos dos agricultores e pecuaristas, que ela afirmou que só fará um balanço do plano daqui a um mês. "Estou com boas perspectivas e não quero fazer alarde, chororô, nem crítica antecipada, mas será que vai tirar de verdade o produtor do buraco", questionou, a respeito do fluxo de tomada de dinheiro pelo agricultor.

A presidente da CNA salientou que a projeção do governo é de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 1% este ano, acima das estimativas da maior parte do mercado. Ela calculou, porém, que, no caso do PIB agrícola, para se empatar com o crescimento do ano passado, seria preciso que o setor apresentasse expansão de 0,80% ao mês a partir de agora até dezembro. Vale lembrar que no primeiro trimestre deste ano na comparação com o anterior, o PIB agrícola caiu 0,50%. A senadora evitou fazer projeções para o crescimento da atividade do setor em 2009. "Projeção somente quando o Plano de Safra começar a fluir. É muita burocracia, demora muito para chegar ao produtor", reforçou.

De acordo com Kátia, apesar de o setor ter solicitado um montante de R$ 120 bilhões para o Plano de Safra que tem início em 1 de julho e o governo ter atendido com um montante de R$ 107,5 bilhões, os recursos estão mais próximos das necessidades dos ruralistas porque houve uma redução da projeção com gastos com a safra, de R$ 158 bilhões, há aproximadamente um mês, para R$ 147 bilhões atualmente. O volume representa um acréscimo de 37% sobre o total disponibilizado no ano passado. "Revisamos a expectativa todos os meses e verificamos que a redução com os custos deve ser de 15% ante a primeira estimativa", afirmou a senadora.

O principal motivo para a diminuição da previsão de gastos está relacionada com o custo dos fertilizantes. "Ficamos com uma quantia mais próxima daquilo que havíamos pedido", comentou. A presidente da CNA ressaltou também, como ponto positivo, a possibilidade de reação do mercado em relação à crise financeira internacional, que secou o crédito desde o final do ano passado. "Os preços internacionais estão reagindo e as tradings podem financiar mais", especulou.

Sobre a manutenção dos juros em 6,75% ao ano, Kátia mostrou sintonia com a avaliação do ministro Stephanes, expressa na sexta-feira passada. "Neste momento é mais importante o volume de crédito do que o patamar de juros", disse a senadora. Ela lembrou que a CNA havia solicitado a redução da taxa e havia essa perspectiva por conta da queda da Selic.

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