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Rússia suspende nova visita ao MT para debater embargo

A missão que deveria chegar ao Estado nessa terça-feira, informou que não viria


O superintendente federal de Agricultura em Mato Grosso, Paulo Bilego, disse nessa terça-feira (29-05) que a nova visita dos russos ao Estado foi suspensa. A missão que deveria ter vindo nessa terça-feira esteve em Goiás e, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou que não viria mais a Mato Grosso.

Os técnicos iniciaram os trabalhos nas seis unidades de São Paulo e, em seguida, tinham confirmadas vistorias também em duas plantas no Rio Grande do Sul. A expectativa é de que as visitas às plantas estejam concluídas até o final desta semana. O nome das unidades não foi divulgado.

Na última sexta-feira, a Secretaria de Defesa Agropecuária solicitou ao serviço veterinário russo que revogasse o embargo para cinco das onze unidades suspensas no último dia 18, entre elas a unidade Friboi (Barra do Garças) e Intercoop.

Bilego diz que há expectativa de que as plantas frigoríficas suspensas pelo governo russo – entre elas a da Integração das Cooperativas do Médio Norte de Mato Grosso (Intercoop), de Nova Mutum (269 quilômetros ao Norte de Cuiabá) e Friboi - sejam liberadas “o mais breve possível”. Segundo ele, na recente visita realizada ao Estado os técnicos russos nada constataram de irregular.

“O que nos leva a esta constatação é o fato de a missão não ter feito nenhum questionamento ou deixado recomendações para os frigoríficos”. Durante a visita foram realizados trabalhos de inspeção sanitária e verificação das condições de funcionamento das plantas.

Intercoop - Única planta industrial de Mato Grosso a exportar carne suína para a Rússia, a Intercoop reduziu drasticamente suas vendas para o exterior, mas manteve o volume de abate diário em 3 mil suínos, com produção de 2,5 mil toneladas de carne por mês.

“Não há como reduzirmos a produção mesmo com o fechamento do mercado russo, pois temos despesas fixas e não podemos demitir funcionários”, disse o diretor comercial da Intercoop, Vasco Bedin Bernardes. A Intercoop gera atualmente 650 empregos diretos.

De acordo com informações da Superintendência Federal da Agricultura (SFA), no ano passado a Intercoop exportou 3,97 mil toneladas para a Rússia, representando 82% da produção. Só este ano já foram exportadas 3,84 mil toneladas, o equivalente a 92% de toda a produção da cooperativa.

A Intercoop responde por 80% das exportações de suínos de Mato Grosso e é abastecida por produtores das regiões de Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Tapurah e Diamantino.

Bedin afirmou que o fechamento deste mercado não alterou a rotina da cooperativa, que manteve o ritmo de produção e passou a concentrar seus esforços para atender o mercado interno. “O embargo é recente e ainda não contabilizamos prejuízos”, assegura. A proibição foi anunciada no último dia 18, por técnicos russos.

Preços- Os preços da carne suína em Mato Grosso poderão sofrer uma pressão baixista caso o embargo russo às carnes brasileiras prolongue por mais dois ou três meses. O alerta foi feito nessa terça-feira pelo diretor da Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acrismat), Valdomir Otonelli.

Mato Grosso conta atualmente com um rebanho de cerca de 1 milhão de suínos e exporta 20% da sua produção. Os maiores compradores são Rússia, Hong Kong, Dinamarca e Uruguai. No ano passado, a Rússia sozinha consumiu 60% das exportações mato-grossenses de carnes.

Ottonelli disse estar apreensivo com a decisão do governo russo, “pois o embargo gera especulação e pode derrubar ainda mais os preços no mercado interno”. Mas afirmou também estar confiante de que o embargo será suspenso o mais rápido possível, uma vez que a Intercoop não tem nenhum problema e está pronto para receber qualquer missão internacional. “Estamos conscientes de que estamos fazendo nossa parte, por isso acreditamos em uma liberação imediata”. (Colaborou Marianna Peres)

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