Exportar é a meta de pequenas, médias e grandes empresas. A Sadia, uma das maiores empresas do setor alimentício do País, não é diferente. A empresa surgiu na pequena cidade de Concórdia, em Santa Catarina, há 60 anos, mas já enxergava longe e, em setembro de 1967, entrava para o mercado externo.
Segundo o diretor de vendas internacional da Sadia, Roberto Banfi, as primeiras vendas foram de carnes bovina e suína para os países europeus. Posteriormente, em 1970, os embarques foram para a Península Arábica e em 75, a exportação de carne de frango foram destinadas à Arábia Saudita. "Não foi fácil no início dos primeiros contratos porque o Brasil não tinha tradição na área de exportação", diz o executivo. No início as vendas eram feitas com a marca Sadia, mas hoje existem alguns produtos que saem direto da fábrica sem a marca, como por exemplo os destinados a Eurásia e Oriente Médio.
Os negócios cresceram e hoje a empresa exporta para mais de 90 países, concentrados na Comunidade Européia, Oriente Médio e Ásia. De acordo com Banfi, a Comunidade Européia é o que mais importa da Sadia, 30% do que se exporta tem como destino a Europa-principalmente para o Reino Unido e Alemanha. "Em relação à quantidade do que se exporta, para a Europa é menor que a Arábia, mas o faturamento é melhor", afirma. Hoje o volume exportado para a Arábia Saudita soma mais de 200 mil toneladas de produtos alimentícios.
Da exportação total da Sadia, os produtos industrializados representam mais de 10% e de poultry acima de 70%. A Sadia está sempre atenta às doenças sanitárias que podem trazer prejuízos à exportação. "A companhia sempre trabalha com trading em cada país e detém o controle do que ocorre com o destino de seus produtos", diz Banfi Os países do Reino Unido são os mais exigentes do mundo no que tange à questão sanitária. "O varejo inglês é o mais rígido. Exige-se auditoria específica, padrões sanitários, entre outros".
Os mercados externos ainda têm lacunas na área de industrializados e poultry (categoria que inclui aves de diversos tipos), como a Ásia. Em contrapartida, a América do Norte está protegida das exportações brasileiras. O segredo de sucesso da Sadia concentra-se na consistência dos esforços e na confiança nas parcerias, diz Banfi.
A Sadia emprega hoje mais de 34 mil funcionários, além do Sistema de Fomento Agropecuário, que tem uma parceria com 5,3 mil granjas integradas de aves e 4,1 mil granjas integradas de suínos. Desde 1971, a Sadia é companhia aberta, Nível 1 de Governança Corporativa na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Ela também está presente na Bolsa de Nova York com os American Depositary Receipts (ADRs).
Faturamento
A empresa faturou de janeiro a setembro de 2003 o correspondente a R$ 4,2 bilhões. Segundo Banfi, a estimativa para 2004, não é especificada. "Pretendemos crescer na casa de dois dígitos".
Em 2002, a Sadia fechou o ano com um lucro líquido de R$ 234 milhões. A receita operacional bruta foi de R$ 4,69 bilhões e a receita com exportações atingiu R$ 1,9 bilhão, 42% da receita total.