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Sadia planeja abrir unidade no exterior

Empresa quer garantir o ingresso de seus produtos nos mercados que se mostram mais fechados


Empresa quer garantir o ingresso de seus produtos nos mercados que se mostram mais fechados. A Sadia planeja montar unidades de produção fora do Brasil. Pretende, com isso, ampliar o acesso a novos mercados. A empresa, que no ano passado bateu a marca dos US$ 1 bilhão em exportações, prevê um crescimento de entre 7% e 8% em 2005. "Abrir unidades fora do Brasil é uma forma de garantir o ingresso a mercados que hoje são mais fechados às nossas exportações", disse Luiz Gonzaga Murat Júnior, diretor de finanças e relações com investidores.

A conveniência da execução desse projeto, segundo o diretor da Sadia, ainda está sendo avaliado internamente. Mas, para ele, está alinhado com o agressivo programa de exportações empreendido pela companhia nos últimos anos. Embora não revele detalhes sobre prazos e sobre as opções que estão sendo analisadas, Murat diz que o foco é, sobretudo, utilizar matéria-prima do Brasil para ser processada nas fábricas no exterior. "Funcionaria de forma semelhante ao nossa Zona Franca de Manaus", comparou Murat.

Ampliar as vendas de produtos de maior valor agregado no mercado externo é um dos principais objetivos da companhia no curto prazo. "No Brasil, 80% da nossa venda está concentrada em produtos industrializados. Na exportação, essa participação cai para 14%. Isso mostra que há ainda muito espaço para crescermos".

Atualmente 49% das receitas da Sadia já são obtidas fora do Brasil. A empresa, que no ano passado faturou R$ 7,3 bilhões, exporta para 100 países, principalmente para Europa (28%), Oriente Médio (22%), Eurásia (18%) e Ásia (17%).

Embora o câmbio seja um fator negativo para as operações com o exterior, Murat disse que há perspectivas de crescimento das exportações em 2005, em função principalmente do esperado aumento da demanda da China, da Coréia do Sul e da Rússia, que na semana passada anunciou o fim do embargo às carnes bovina e suína dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.

A Sadia também tem conseguido, ainda que de maneira pouco expressiva, aumentar os preços dos produtos que exporta. "Quando houve a primeira grande desvalorização do real, os compradores queriam desconto. Agora, as empresas começam a conquistar aumentos de preços para compensar o atual processo de valorização da moeda", disse.

Dentro da estratégia de ampliar mercados no exterior, a empresa inaugurou na última sexta-feira em Ponta Grossa, a 118 quilômetros de Curitiba, o seu mais novo centro de distribuição (CD). O centro recebeu investimentos de R$ 30 milhões e foi construído no tempo recorde de 18 meses. Inicialmente, a unidade, que é considerada uma dos mais modernas do setor de distribuição, estará totalmente voltado para as exportações. O novo CD conta com uma câmara fria operada 24 horas por robôs a uma temperatura de 27 graus negativos.

Distribuição racional

O centro, que tem capacidade para armazenar 10 mil toneladas de produtos, reduzirá custos e deverá agilizar o fluxo de cargas até os portos de Paranaguá e Antonina (PR) e de Itajaí e São Francisco do Sul (SC). "Ele está localizado em um ponto estratégico no sul do País e possibilitará uma distribuição mais racional dos produtos para a exportação", disse Alfredo Felipe da Luz Sobrinho, diretor de relações institucionais e jurídico da Sadia.

Para este ano, a previsão é investir outros R$ 150 milhões no Paraná, onde a Sadia mantém cinco das suas 12 unidades industriais. Os recursos serão aplicado, de acordo com Murat, principalmente na compra de equipamentos, em melhorias tecnológicas e no aumento de produção. Os investimentos fazem parte do pacote de R$ 500 milhões que a empresa já anunciou para esse ano. O volume é mais do que o dobro do montante aplicado em 2004, que totalizou R$ 246,4 milhões.

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