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Sadia S.A. dispensa milho transgênico para ração

Fontes da Sadia admitiram, extra-oficialmente, que a empresa não vai utilizar milho ou soja transgênica como ração


Fontes da Sadia S.A. admitiram, extra-oficialmente, que a empresa não vai utilizar milho ou soja geneticamente modificados na ração das aves e suínos, para não melindrar importadores europeus e asiáticos, avessos aos transgênicos.

A seca que provocou quebra da safra de milho na região Sul deve forçar os frigoríficos a importar milho geneticamente modificado da Argentina, parceiro mais próximo e com preços mais competitivos.

As empresas temem, no entanto, a repercussão do uso de transgênicos na ração. As indústrias solicitaram a importação ao governo, mas se apressam em afirmar que só vão utilizar o produto em "último caso".

"As grandes empresas têm uma política bem definida sobre a questão. O que pode ocorrer é os pequenos importarem e o produto ser consumido no mercado interno", diz Glauco Carvalho, economista da MB Associados.

O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt, diz que, neste caso, as indústrias terão que informar no rótulo que o animal pode ter consumido ração com milho transgênico, conforme a legislação brasileira. "E, se algum importador exigir, teremos que segregar".

Os gaúchos solicitaram autorização para importar 500 mil toneladas de milho; Santa Catarina e Paraná pretendem fazer o mesmo. O Ministério da Agricultura deve divulgar os procedimentos de compra na próxima semana. Recentemente, Pernambuco importou 400 mil toneladas.

O pedido é uma precaução caso falte produto no mercado interno devido à quebra de 3 milhões/t no Sul. Ainda assim, as indústrias estão receosas com o uso de transgênicos. Representantes do setor dizem não temer danos à saúde humana ou animal, mas só vão comprar se for estritamente necessário. Eles não acreditam em represálias dos importadores. "Não existe mercado fazendo a exigência de não transgênico", diz Claudio Martins, secretário-executivo da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef).

"A importação de milho só ocorrerá se o governo não liberar seus estoques de 1,8 milhão de toneladas", diz Rogério Kerber, do Sindicato da Indústria de Suínos do Rio Grande do Sul. "Só vamos usar em última instância", diz Domingos Martins, da Associação dos Abatedouros e Produtores de Aves do Paraná. No estado, a importação só será necessária se houver quebra na segunda safra de milho.

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