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Safra 2007 de café pode ter quebra de até 50%

Frustração das floradas dos cafezais deve aumentar quebra de previsão de safra


A seca de janeiro e fevereiro deste ano, a estiagem prolongada e o estresse hídrico exagerado do último inverno são fatores que prejudicaram o desenvolvimento das floradas dos cafezais e levarão a uma quebra de safra maior que a prevista em razão da bienalidade do café (redução natural de produtividade das lavouras). Levantamento junto aos associados do Conselho Nacional do Café (CNC) aponta para uma redução média da safra 2007 entre 30% e 50% em relação a 2006, a depender da região produtora.

No Sul de Minas, a situação é bastante grave. A Cooxupé, que reúne produtores da região de Guaxupé, calcula que a estimativa de quebra de safra de 37%, anunciada em setembro, deve ser mais elevada em razão das questões climáticas. Entre os produtores cooperados, as perdas adicionais à quebra de safra já prevista poderão variar de 13,7% a 32,3% só em razão da frustração das floradas. “Teremos como falar com mais precisão em dezembro”, afirmou o gerente de desenvolvimento técnico da cooperativa, Joaquim de Andrade, que está concluindo diagnóstico em 70 mil hectares de lavoura da região.

A Coopercam espera que os produtores dos municípios de Campos Gerais e Campo do Meio (MG) tenham uma quebra de safra da ordem de 75%, bem maior que os 40% já estimados devido à bienalidade. Na Unicoop a expectativa é de que, caso não ocorra outra florada até dezembro, a próxima colheita seja 40% menor. Até então, estava prevista uma quebra de 25% em razão da bienalidade. Os produtores da Cocarive, na região do Vale do Rio Verde (MG), que esperavam uma safra alta em 2007, acreditam que, com a frustração das floradas, haja uma queda de pelo menos 40%.

Na região de Três Pontas (MG), a Cocatrel estima a quebra de safra em 50%, sendo 30% em razão da bienalidade e 20% pela florada que não vingou. A previsão é similar na Cooperrita, com lavouras na região de Santa Rita do Sapucaí. No Sudoeste mineiro, a Cooparaiso fez um levantamento em toda a área de seus produtores – cerca de 140 mil hectares - e chegou a uma expectativa de quebra de safra da ordem de 50%.

Na região da Zona da Mata, onde desde 2003 há uma tendência de inversão de safra, ou seja, produção maior nos anos ímpares e menor nos pares, a expectativa de uma boa safra em 2007 foi derrubada com a frustração das floradas e estima-se uma queda de 20% na próxima colheita. Segundo o produtor Mauro Heringer, que tem uma fazenda em Manhumirim, a situação é pior nas lavouras de maior altitude.

O cenário também é pouco promissor na região da Alta Mogiana, em São Paulo. A Cocapec, cooperativa da região de Franca, espera uma quebra de safra, em 2007, de 70% em relação a 2006. Além da queda de 50% pela bienalidade, está prevista uma perda adicional de 20% devido aos problemas climáticos ocorridos em 2006. Os produtores do Cerrado mineiro ainda não concluíram a previsão da próxima safra, mas, segundo o presidente da Caccer, Francisco Sérgio de Assis, as perdas poderão chegar a 40%. As informações são da assessoria de imprensa do CNC.

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