Safra da citricultura é aberta em Liberato Salzano durante Dia de Campo
Evento reuniu mais de 180 participantes
O exemplo dos irmãos Renato e Marcos Zaffari, fez parte do Dia de Campo. Até 2003, eles produziam grãos e leite. A pouca afinidade com a atividade fez a família iniciar na área da fruticultura com a produção de uva. A partir de 2005, a família começou a buscar mais conhecimento na área, especialmente para produção e comercialização. Novos investimentos foram projetados no ano de 2010. A atividade da família está em constante processo de melhoramento. Hoje, os produtos comercializados são citros, com laranja valência, de umbigo e folha murcha, uva, das variedades niágara branca, niágara rosa, bordô e codér preta, além de caqui, repolho e tomate. A intenção é ampliar a produção, diversificando com pêssego, ameixa e brócolis.
A comercialização concentra-se na venda direta ao consumidor e ao comércio do município. Além disso, a família comercializa para cooperativas, mercados da região e até de outros estados. Os anseios dos Zaffari é buscar sempre a qualidade e atingir novos mercados, com planejamento e capacitação constante, para continuar fazendo aquilo que mais gostam, produzir frutas.
A história do agricultor Jocemar Marta também serviu como exemplo na produção de citricultura no Dia de Campo. A atividade realizada de forma sustentável, pelo manejo de pragas e doenças através da nutrição e as estratégias para alta produtividade com redução de custos, foram questões salientadas pelo técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Valtemir Bazeggio, com o exemplo da família Marta. O técnico destacou as cinco estratégias de manejo essenciais para a atividade, que são correção e cobertura do solo, nutrição e adubação em plantas cítricas, bloqueio para invasão de doenças através do uso de mudas sadias, desinfestação, entre outros, e o manejo de doenças fúngicas no pomar. Ele falou ainda sobre o cálculo de despesas e receitas da produção de citros, e apresentou o quadro de maturação das cultivares de citros indicadas para a região.
A Emater/RS-Ascar acompanha a produção da família Marta, que conta com 17 hectares de citros e ampliará a produção em mais 11 hectares. Para Jocemar, o acompanhamento técnico faz toda a diferença no desenvolvimento da atividade. "Os técnicos da Emater/RS são incansáveis, sempre nos motivando e ajudando a produzir mais e com qualidade", salientou o agricultor.
Pensando na diversificação da produção de frutas, a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar de Chapada, Joana Graciela Hanauer, falou sobre a produção de pêssego do município. O agricultor de Chapada, Ivandro Rosa de Moura, participou do evento contando sua história com a produção de pêssego. Na propriedade, ele cultiva a fruta em 3,5 hectares, colhendo uma média de nove toneladas por hectare, resultado atingido em 2014. Segundo ele, para chegar a essa produção foi preciso buscar novas formas de condução, o que garantiu maior aproveitamento do espaço, da adubação, gerando economia em tratamento, bem como o aumento da qualidade da fruta. Em Chapada, são poucos os produtores que investem no cultivo do pêssego. No município encontram-se as variedades chimarrita, chiripá e premier.
As inúmeras possibilidades de diversificação na área da fruticultura são atrativos para novos investimentos. Nesse sentido, o técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar de Constantina, Rubem Bernardi, explanou sobre a produção de caqui. Segundo ele, a fruta tem grande potencial de mercado e vem ganhando cada vez mais destaque, além de possuir pouca incidência de pragas, se tornando uma excelente opção para produção orgânica.
A produção e manejo de uva para mesa e suco foram temas trabalhados pelo técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar de Planalto, Doraci Bedin, que explicou sobre as doenças da videira, os sintomas e controle e as diferentes formas de poda. A necessidade do manejo do solo, com o uso de plantas de cobertura, foi assunto destacado pelo técnico, ao apresentar a grande diversidade de plantas usadas para proteção do solo.
Finalizando as estações do Dia de Campo foi tratado o sistema de implantação e condução de uva bordô, tema trabalhado pelos técnicos em agropecuária da Emater/RS-Ascar, Rodrigo Batistella e Valtemir Bazeggio, com a ajuda do produtor Renato Zaffari. Na oportunidade, falaram sobre correção do solo e das deficiências de nutrientes, custo de implantação e sistemas de plantio.
Na parte da tarde, a programação do Dia de Campo seguiu com uma palestra que tratou da importância da fruticultura como fonte de renda para a agricultura familiar, ministrada pelo técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar de Três Arroios, Jair Griebler, e pelo produtor de citros de Aratiba, João Batista Griebler. Em 2007, o produtor iniciou com a citricultura, com apenas três variedades. Hoje, são 16 variedades produzidas em quase 100 hectares. Seu exemplo serviu de motivação para os agricultores de Liberato Salzano. "A citricultura para mim é uma profissão, e todos deveriam pensar assim. Mesmo com as dificuldades, nunca desistimos. Eu e minha família acreditamos na atividade e fazemos sempre o melhor possível. Cada um tem que valorizar a sua produção e buscar sempre fazer o melhor", declarou João.
O Dia de Campo encerrou com a participação de autoridades locais e regionais, como o secretário da Agricultura de Liberato Salzano, Valcir Sacon, do gerente do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Francisco Frizzo e do presidente da Associação dos Citricultores, Leandro Rubini. Representantes da corretora de seguros Tovese e da Bayer também participaram do evento.