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Safra de cana no Norte do RJ já está comprometida em 50%

Técnicos fazem um levantamento aproximado das perdas com as enchentes


Usineiros e produtores de cana-de-açúcar do município de Campos, no Rio de Janeiro, se reuniram na noite de segunda-feira (08-01) para avaliar os efeitos das enchentes nas lavouras que, segundo eles, podem comprometer a economia do município em 2007. A maioria das lavouras de cana-de-açúcar está na margem esquerda do Paraíba e cinco das seis usinas na margem direita.

Sem pontes, destruídas pelos temporais dos últimos dias na região, eles querem saber como os caminhões de cana vão chegar às usinas. Ao mesmo tempo, estimam uma perda de 50% na produção de cana. Eles pediram nessa terça-feira ao prefeito da cidade que decrete estado da calamidade pública na área rural.

Técnicos passaram a madrugada fazendo um levantamento aproximado das perdas com as enchentes e as expectativas de prejuízos para o setor neste ano.

Por conta dos temporais que atingem o estado nos últimos dias, o governador Sérgio Cabral decretou estado de emergência em 26 municípios das regiões Serrana, Norte e Noroeste do estado.

O Secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, disse nessa terça-feira que foi criada uma força-tarefa para socorrer os produtores rurais do Norte Fluminense, especialmente de Campos e da Região Serrana. O grupo é formado por técnicos estaduais, Federação da Agricultura (que congrega os sindicatos rurais), secretários municipais de agricultura e Banco do Brasil. A primeira medida é avaliar a extensão dos danos provocados pelas chuvas, mas já existem decisões:

"O Banco do Brasil assumiu o compromisso de prorrogar os prazos de pagamento das dívidas dos agricultores. Por outro lado, o governo do estado está pedindo à União que, na ajuda que dará ao Rio através de Medida Provisória, destine recursos para o setor agrícola. Infelizmente, a situação é grave e haverá uma redução significativa de matéria-prima na próxima safra de cana", disse o secretário.

Chistino Áureo acrescentou que a região de Campos tem três mil quilômetros de canais, que estão sem manutenção há mais de 30 anos, desde a extinção do Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS), que abriu a maioria destes canais. "De lá pra cá, só são feitas obras emergenciais pelos municípios e pelo estado".

Somente agora, segundo ele, foi liberada verba de R$ 1 milhão para execução do projeto executivo de dragagem dos canais. "Além do problema da inundação, temos que buscar soluções para restabelecer as vias de acesso à lavoura e às usinas", concluiu.

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