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SC: arroz se desenvolve bem

O que pesa é o aumento nos custos de produção do grão


Foto: Eliza Maliszewski

A safra catarinense de arroz segue se desenvolvendo sem problemas, mas a ocorrência de temperaturas acima da média em todo o litoral catarinense requer atenção, pois o calor excessivo pode ter reflexos na produtividade, caso continue no período de floração. Os dados são da Epagri.

O plantio da safra de arroz 2021/22 está encerrado, com algumas áreas, plantadas mais cedo, em floração, especialmente no litoral norte do estado. De maneira geral, as lavouras estão com desenvolvimento dentro da normalidade, com boa sanidade e nenhum relato de problemas severos de pragas e doenças. A estimativa atual da safra aponta para uma estabilidade na área plantada, em torno de 148 mil hectares e espera-se produtividade dentro da média em comparação à safra anterior.

Apesar dos preços elevados ao longo do ano, os custos de produção também apresentaram comportamento crescente. Em outubro de 2021, o custo operacional efetivo fechou em R$69,63/saca de 50 kg. O maior peso nos custos de produção continua sendo o arrendamento de terras, que representa 31% do custo operacional total. Segundo levantamento realizado pela Epagri/Cepa, cerca de 60% da área produzida do estado é arrendada, - valor que vem aumentando gradativamente em razão da inviabilização da atividade pelos altos custos de produção. Os serviços mecânicos ocupam o segundo lugar nos itens de maior participação nos custos de produção e responde por 26%. A maior parcela corresponde à colheita, que em sua maioria é realizada de forma terceirizada. Os gastos com insumos representam 23% do total e vem apresentando comportamento crescente nos últimos anos. Esse comportamento pode ser explicado pela alta do dólar, visto que a maioria dos agroquímicos são importados. 

O custo operacional total em outubro de 2021 aumentou em 6,18% em relação à abril do mesmo ano, enquanto o preço recebido pelo produtor reduziu em 0,37%. Considerando o custo operacional total, o preço de nivelamento, ou seja, aquele necessário para cobrir todos os custos em outubro seria R$74,42/saca, enquanto o produtor recebeu R$71,88/saca naquele mês. Isso resulta em uma margem bruta baixa e lucro operacional negativo, dificultando a permanência do produtor na atividade.

Ao longo da série analisada, o período compreendido entre os meses de abril de 2020 a abril de 2021 foi de melhores margens, o que permitiu ao produtor a capitalização e possibilidade de investimento nas safras futuras. A expectativa é de que os preços dos insumos voltem a patamares normais nos próximos meses, assim que a oferta de matéria prima volte à normalidade. Contudo, com os preços ao produtor em queda, é provável que a margem do produtor continue apertada ou negativa.

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