Seagri/BA acompanha andamento da instalação de indústria de guaraná
Com 60% das obras concluídas, a indústria deve iniciar os testes de operação em abril/maio
A Indústria São Miguel irá produzir bebidas não alcoólicas como refrigerantes, sucos, bebidas cítricas e águas saborizadas. A localização, mão de obra qualificada, matéria prima abundante, a exemplo da qualidade da água – considerada uma das melhores do mundo – foram fundamentais para atrair a fábrica para a Bahia. Com 70% do seu faturamento em países como México, Venezuela e Equador, a indústria peruana de bebidas, que é uma das maiores da América Latina, tem atualmente o Estado do Amazonas como fornecedor.
Grande parte da produção baiana tem como destino a região Norte do País, onde é processada. De acordo com informações da Secretaria da Agricultura, o preço médio do quilo de guaraná baiano varia entre R$ 10 e R$ 15, enquanto que o produtor do Amazonas consegue vender o mesmo produto por R$ 25. Após o beneficiamento no Estado do Norte, o xarope retorna para a Bahia.
A instalação da Indústria São Miguel irá fomentar o crescimento local e regional da cadeia do guaraná, que tem em Taperoá (a 260 quilômetros de Alagoinhas), no baixo sul, seu maior polo produtor. A intenção é que a produção de xarope de guaraná seja beneficiada em território baiano, evitando as longas viagens da fruta até a região Norte do Brasil.
Salles agendou, ainda este mês, reunião com associações de produtores da região de Taperoá e Nilo Peçanha, dirigentes da fábrica e da Fundação Odebrecht. A proposta do secretário é juntar as partes interessadas para avaliar a possibilidade de uma indústria de pequenos produtores de Nilo Peçanha – que será reativada com o apoio da Fundação –, fornecer ao menos parte do xarope para a Indústria São Miguel Ltda.
O encontro entre as partes vai permitir que eles conheçam as especificações do produto (xarope de guaraná) e preços de compra praticados, com a intenção de analisar a viabilidade técnica de produção na fábrica de Nilo Peçanha e a competitividade, já que o xarope produzido na Zona Franca de Manaus tem incentivos fiscais considerados de difícil concorrência. “É uma injustiça para os produtores de guaraná da Bahia venderem o seu produto por praticamente metade do preço praticado no Amazonas”, disse Eduardo Salles.