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Seapa e SES unem forças no combate à Cisticercose no RS

A vermifugação dos bovinos é a medida mais eficiente


O ano de 2011 foi marcado por uma parceria inédita entre a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) e a Secretaria Estadual da Saúde (SES). O trabalho em conjunto, que busca reduzir a ocorrência da Cisticercose em humanos, tem como base a troca de dados entre as duas Secretarias a partir de informações sobre inspeção de produtos de origem animal, coletadas nos frigoríficos por veterinários da Seapa.


“Nossos técnicos identificam os animais que apresentam o cisto característico da Cisticercose e repassam esses dados para a Secretaria da Saúde, que rastreia a origem do animal e então realiza um trabalho de conscientização dos produtores dessas localidades afetadas”, explica o veterinário do Serviço de Doenças Parasitárias da Seapa, Ivo Kohek Junior. Conforme levantamento da secretaria, de janeiro a novembro de 2011 foram contabilizados 3.445 bovinos afetados pela Cisticercose e apenas cinco suínos.

O especialista explica que, em humanos, a Cisticercose é uma doença causada pela ingestão de carne mal-passada e que contém o cisto da Taeniasaginata, presente em bovinos e da Taeniasolium, cuja ocorrência é menor, pois se dá em criações de suínos, que costumam ser melhor controladas. “Os animais adoecem ao ingerir pasto que contém ovos da tênia, presentes no solo contaminado por fezes”, diz o veterinário.

Segundo ele, a vermifugação dos bovinos é a medida mais eficiente no sentido de evitar que os animais venham a desenvolver a doença e posteriormente a transmitam para o homem. Conforme Kohek Junior, existe, ainda, outra forma de contágio dos humanos, a partir do consumo de vegetais mal lavados, que se encontrem infectados pelos ovos do parasita.

Entre as medidas de prevenção estão: lavar sempre as mãos, principalmente antes de se alimentar e após usar o sanitário, não utilizar fezes humanas, nem esgoto como adubo, não irrigar horta com água de rio, lavar bem as frutas e verduras antes de ingeri-las e tomar água apenas se estiver tratada.


A bióloga da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Márcia de Moraes Lisbôa, diz que os dados coletados pelos veterinários da Seapa são enviados para as regionais da SES presentes em diversos municípios gaúchos. “São tabelas onde constam informações sobre as propriedades de origem dos animais abatidos e que são diagnosticados com Cisticercose nos frigoríficos fiscalizados pela Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa)”. Então, as propriedades são investigadas quanto a aspectos da saúde humana e o saneamento ambiental para que seja realizado todo um trabalho de conscientização dos produtores rurais para prevenção da Cisticercose”, explica a bióloga. Segundo ela, com os códigos das Guias de Trânsito Animal (GTA’s), constantes nas tabelas da Seapa é possível identificar, junto às Inspetorias Veterinárias locais, quais eram os proprietários e as propriedades a serem visitadas. O próximo passo foi realizar inspeção em propriedades rurais de onde vieram bovinos contaminados por Cisticercose animal, dando ênfase na contaminação por esgotos em pastagens e fontes de água onde os animais se abastecem.

Um trabalho semelhante entre as duas secretarias tem sido desenvolvido há cerca de dois anos, só que com foco na Hidatidose, outro parasita com ocorrência elevada no Estado. “Nesse caso, o transmissor é o cão e infecta, principalmente, bovinos e ovinos, podendo ter alguma incidência em humanos”. Em 2011, foram detectados nos abatedouros gaúchos 2814 bovinos afetados pela Hidatidose e 292 ovinos.

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