Seca castiga o gado em Itabuna/BA
Cento e vinte e dois municípios da Bahia já decretaram situação de emergência por causa da seca
No sul da Bahia, a falta de chuva virou um problema. O gado está sem pasto e muitos animais estão morrendo.
Os pastos estão totalmente secos e animais estão morrendo. Em muitos lugares, como na região do Ouro, os pecuaristas já perderam dezenas de cabeças. Os criadores já contam os prejuízos. "Completamos sete meses de seca. Nestes sete meses, choveu 57 milímetros. Maio foi seco. Choveu um pouquinho em junho e em julho. Depois não choveu mais. São sete meses de seca nesta região. Já perdi mais de 40 cabeças. O vizinho perdeu 15", lamenta o criador Paulo Cunha.
A causa do problema está na degradação ambiental. Os agricultores que abandonaram a cultura do cacau em favor da pecuária devastaram imensas áreas de mata, sem se preocupar em proteger as nascentes. Muitos rios e córregos sumiram ou ficaram enfraquecidos por causa do desmatamento no alto das serras. É lá que se formam as nascentes. Sem a mata para protegê-las, elas secam.
Em uma visita à nascente do rio Almada, no alto de uma serra no município de Almadina, vimos que ela está seca. "Por isso, você está vendo essa situação em Almadina e em praticamente em todos os municípios da Bacia do Cachoeira. Onde tem cacau e tem a preservação da floresta, a água corre fácil e mais rápido. Quando tem pecuária sem proteção, você pode ver a dificuldade dos pecuaristas destas regiões", explica o ambientalista Marcos Luedy.
Cento e vinte e dois municípios da Bahia já decretaram situação de emergência por causa da seca.