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Seca no hemisfério Norte eleva as cotações

No RS, lavouras apresentam bom desenvolvimento, o que otimiza produtores


No Rio Graande do Sul, lavouras apresentam bom desenvolvimento, o que otimiza produtores
 
A seca que atingiu o Rio Grande do Sul agora afeta o Hemisfério Norte provocando elevação nas cotações. Esse é o caso do trigo que, de acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Michael Prudêncio, a conjuntura está favorável para os próximos meses. Segundo ele, a bolsa de Chicago está com as maiores altas do ano, devido aos fatores climáticos em diversas regiões produtoras do mundo, principalmente Estados Unidos e Rússia, que são grandes exportadores do cereal, onde além do clima quente e seco estar prejudicando o desenvolvimento do trigo, também está castigando as lavouras de milho. “Como ambas culturas são substitutos na fabricação de ração, uma menor oferta de milho acaba elevando a demanda por trigo para ração, o que acaba se refletindo nos preços”, explica.

Além da menor oferta tanto em termos de qualidade como de quantidade em termos globais, que dão suporte para a elevação nos preços, o dólar está elevado, acima de R$ 2,00 e isso encarece as importações. E toda essa conjuntura faz com que os compradores se voltem ao mercado interno.

No Rio Grande do Sul, muitos produtores aproveitam para vender parte da produção do trigo de forma antecipada, cuja safra vem apresentando bom desenvolvimento. “E tudo indica que teremos um bom ano aos produtores de trigo, efeito compensatório em relação aos anos anteriores”, diz. Segundo o analista, em média, os valores comercializados tem sido de R$ 500,00 a tonelada.

Conforme o agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo, Cláudio Dóro, a semeadura do trigo já encerrou há uma semana e as preocupações dos triticultores voltam-se para o controle das invasoras, como azevém, aveia e nabo e também na aplicação de nitrogênio em cobertura. A boa umidade do solo tem favorecido o crescimento das plantas e a realização dos tratos culturais. As lavouras estão com bom padrão fitossanitário. “Nessa fase, historicamente o trigo sempre apresenta bom desenvolvimento, mas o quer vai definir mesmo é a partir da segunda quinzena de setembro, na reta final, conforme as condições climáticas e o emprego de tecnologia”, diz.

Dóro comenta que a conjuntura internacional deixou o trigo gaúcho mais competitivo e cooperativas estão buscando o produto no mercado interno. “Há empresas oferecendo ate R$ 30,00 a saca de 60 quilos para entrega em novembro. Porém, grande parte dos produtores está deixando evoluir mais as lavouras, pois a safra de inverno é de risco e, conforme for o clima, pode haver perdas não sendo possível cumprir com os contratos”, acrescenta.

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