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Segunda safra de milho registra queda

Alguns estados, como São Paulo e Mato Grosso do Sul, terão quedas significativas na produtividade, ficando abaixo dos 2.800 kg/ha


A produção da segunda safra de milho, termo que vem substituindo o antigo “safrinha”, deve ter uma queda de quase 11% segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). É o que mostra o nono levantamento feito pela entidade e divulgado em junho. A produtividade também deve cair de uma média de 3.643 kg/ha para 3.422 kg/ha em todo o país. Alguns estados, como São Paulo e Mato Grosso do Sul, terão quedas significativas na produtividade, ficando abaixo dos 2.800 kg/ha. No país como um todo, a área cultivada com a segunda safra de milho será menor em 5%, o que dá uma redução de mais de 250.000 hectares.

E o que pode explicar essa situação? De acordo com o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Jason de Oliveira Duarte, que trabalha com economia agrícola, são dois os fatores que interferiram na produção da segunda safra de milho: de um lado, os preços do milho (baixos para venda) e dos insumos (altos para compra) e, do outro, questões climáticas. A redução na área plantada em importantes estados produtores, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, pode ser consequência da elevação dos custos dos insumos, sobretudo dos fertilizantes.

“Os produtores adquiriram os insumos na época em que estes estavam próximos ao pico de seus preços no ano passado e, por isso, reduziram a quantidade comprada. Quando chegou a época de plantar a segunda safra, a quantidade de insumos nas propriedades era menor e os produtores tiveram que reduzir a área plantada. Algumas declarações de produtores em São Paulo indicam bem este comportamento”, explica Jason. O pesquisador lembra também que houve produtores que disseram que plantariam a mesma área, mas aplicando menos fertilizantes. Por isso, já esperavam menores produtividades.

Associados aos preços, fenômenos naturais ligados ao clima, como veranicos e geadas, também interferiram na segunda safra de milho em 2009. Segundo Jason, veranicos acontecem especialmente no Mato Grosso do Sul e geadas no Paraná e em São Paulo. A Conab chegou a divulgar, no início de maio, que a estiagem estava causando perdas consideráveis nestes estados.

Cultura bem consolidada - Mesmo com números ruins em 2009, não há risco de a produção da segunda safra de milho continuar a cair nos próximos anos no Brasil a ponto de voltar a ser apenas modesta. “A cultura está bem consolidada como a melhor opção de mercado para gerar renda para o produtor de soja de verão, sendo o plantio de sucessão a esta cultura”, explica Jason, acrescentando que a segunda safra de milho faz parte do planejamento do abastecimento no país, já que entre 80% e 90% do milho produzido é para atender à demanda do setor de carnes. Ao contrário de queda, pensa o pesquisador, “se os mecanismos de comercialização e logística do Centro-Oeste melhorarem, a segunda safra de milho vai aumentar a sua importância na oferta de milho para o consumo interno e para a exportação”.

Mais informações podem ser obtidas junto à ACE (Área de Comunicação Empresarial) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: (31) 3027-1272 ou [email protected] .

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