Depois do café torrado e moído, agora é a vez do amendoim criar um selo de qualidade para espantar o mau humor nas vendas. A Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) investiu R$ 2 milhões em marketing e na contratação de uma empresa de auditoria, a SGS, para certificar a qualidade dos grãos. O projeto envolve nove empresas do setor que também fizeram aportes de capital em tecnologia para atingir os novos padrões de qualidade exigidos.
Segundo o vice-presidente para o segmento de amendoim da Abicab, Renato Fechino, as companhias que adotaram o selo de qualidade em seus produtos, o "Pró-Amendoim", ampliaram as vendas de amendoim processado na forma de doces e salgados em 25% no período de festas juninas deste ano na comparação com 2002. Durante maio e junho, essas 9 companhias processaram 9 mil toneladas de amendoim, ante 7 mil toneladas no ano passado. Juntas, essas empresas respondem por 45% do mercado do produto, que gira 20 mil toneladas por ano ou R$ 160 milhões.
"Temos condições de triplicar esse mercado e desenvolver uma imagem que seja sinônimo de qualidade, aumentando o consumo do grão", diz Fechino. Ele explica que a decisão de dar a volta por cima e criar um selo de qualidade do amendoim resultou das constantes notícias sobre a ocorrência de toxina no grão, provocada pelo excesso de umidade, que acabaram afetando negativamente as vendas.