CI

Semestre marca novo rumo ao Mato Grosso

As exportações encerram o primeiro semestre de 2007 com crescimento de 14,9%


Com acumulado de US$ 2,302 bilhões, as exportações mato-grossenses encerram o primeiro semestre de 2007 com crescimento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as negociações dos seis primeiros meses somaram US$ 2,004 bilhões. Os produtos mais comercializados no acumulado deste ano foram o complexo soja, complexo carnes, milho, madeira e ouro. Mesmo com todas as alterações no cenário mundial, o complexo soja se mantém o carro-chefe da pauta, com participação de 70,89%, ou seja, apenas este segmento foi responsável por US$ 1,632 bilhão das divisas contabilizadas nos últimos seis meses.

Se por um lado o desempenho estadual na posição vendedora ficou novamente abaixo da média nacional – que foi de 19,91% -, na posição compradora os números se invertem. Enquanto o volume de importações no Brasil cresceu 26,61% no período, em Mato Grosso as compras aumentaram 198,72%, percentual comemorado por analistas e que indica que os empresários estaduais estão aproveitando a desvalorização do dólar frente ao real para investir em bens de capital. “Comércio exterior tem de ser assim, uma via de mão dupla”, exclama o coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN), Emerson Moura, da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt).

Mas, mesmo com números mais modestos em relação aos anos anteriores, Moura destaca que as alterações do mercado mundial estão proporcionando uma reversão “muito positiva” nas características da pauta estadual. “2007 pode ser considerado o ano em que Mato Grosso começa a focar a venda de produtos com valor agregado, ou seja, passo a passo, vamos reduzindo as vendas de produtos primários, como da soja em grão, para vender seus subprodutos, como farelo, óleo e lecitina, por exemplo”.

Moura explica que parte das alterações do mercado de consumo vem sendo promovida internamente com a corrida pelo biodiesel. “Será uma tendência natural a redução da venda do grão, que vai ser transformado em óleo, para vendermos ao exterior o seu subproduto, o farelo e a lecitina. Os subprodutos já receberam processo industrial e ganham maior preço”. Moura frisa, no entanto que a soja em grão será por muito tempo o destaque da pauta, mas não no mesmo ritmo que o mercado estava acostumado. “Não haverá um crescimento estrondoso. Este é o grande ganho para Mato Grosso, vender produtos com valor agregado e ampliar sua participação no consumo exterior, seja em mercados já consolidados como em novos”.

Atualmente, China, Rússia e a União Européia em si, são grandes consumidores de farelo, óleo e lecitina de soja. Entre os novos mercado está a Nova Zelândia.

Outro aspecto externo que está ratificando a posição recentemente adquirida por Mato Grosso, é a crise energética na Argentina. “As indústrias daquele país estão reduzindo sua capacidade de produção e deixando de atender alguns mercados, que passam a comprar os subprodutos do Brasil”. O coordenador do CIN, explica ainda que a presença no mercado dos dois países toma novos rumos. “Vamos suprir a falta da produção argentina, as indústrias de lá, por falta de energia, passarão a comercializar a soja em grão, coisa que o Brasil e Mato Grosso se destacavam”, completa Moura.

Uma das provas da nova tendência de mercado é visível na pauta mato-grossense. Enquanto as vendas da soja em grão recuaram 2,58% nos últimos seis meses em comparação ao primeiro semestre de 2006, o óleo de soja é o único produto do complexo que obteve valorização na cotação internacional. Em receita o crescimento das vendas no mesmo período ultrapassa 47%. O óleo, de um semestre para o outro, ganhou US$ 0,04 a mais na cotação e somou neste semestre US$ 114,82 milhões, ou US$ 0,64 por cada quilo negociado.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.