Série mostra insetos que parasitam a principal praga do milho
Danos da lagarta-do-cartucho demonstram perdas que podem chegar a mais de 50%
Na série de matérias sobre agentes de controle biológico da principal praga do milho no continente americano, a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), o Grão em Grão mostra, nesta edição, os agentes denominados parasitoides de lagartas, insetos que parasitam lagartas ou pupas da praga. A planta de milho pode ser utilizada como local para postura da mariposa e também como alimento para as lagartas desde a sua emergência até a fase reprodutiva, quando o milho está na fase de grãos ainda leitosos.
Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Ivan Cruz, dados correlacionando danos da praga e reduções na produtividade demonstram perdas que podem chegar a mais de 50%. E um dos aspectos mais importantes, segundo o pesquisador, é a necessidade de o produtor monitorar a lavoura constantemente, fazendo o controle no momento certo. “Na realidade, quando os sintomas aparecem – desfolha das folhas novas da planta e presença de fezes no local atacado – método algum de controle será plenamente satisfatório, pois os danos já foram provocados”, explica Cruz.
De acordo com ele, mesmo a aplicação de inseticidas químicos, que ainda é a tecnologia mais utilizada, também pode não ser eficiente, principalmente pelo desenvolvimento da praga, já bastante avançado. “Este fato pode inclusive levar ao desenvolvimento de populações resistentes aos produtos utilizados”, afirma Ivan. Portanto, o monitoramento em áreas produtivas e o mapeamento de agentes benéficos, como a tesourinha e a vespinha, por exemplo, são etapas essenciais para controlar a lagarta-do-cartucho.
Veja, então, os principais parasitoides de lagartas e seus mecanismos de ação.
Vespa Campoletis flavicincta

Nas fotos ao lado, Campoletis flavicincta e lagarta-do-cartucho, sendo a menor parasitada (Foto: Ivan Cruz / Embrapa Milho e Sorgo)
.jpg)
Nas imagens, adulto e larva do parasitoide de lagartas (Foto: Ivan Cruz / Embrapa Milho e Sorgo)
Vespa Eiphosoma spp.
.jpg)
A fêmea deposita seus ovos diretamente dentro do corpo do hospedeiro, onde flutuam livremente até parar no extremo posterior do corpo. Depois da emergência a larva de E. vitticolle se desenvolve lentamente até os primeiros nove dias. Inicialmente se alimenta de nutrientes da hemolinfa por absorção cuticular. A ausência inicial de danos aos órgãos vitais do hospedeiro explica a ausência de efeitos adversos visíveis na larva parasitada. Faltando entre um e dois dias para que a larva do parasitoide abandone seu hospedeiro, este se dirige ao solo, entra no estado de pré-pupa e prepara sua célula pupal. A larva de Eiphosoma vitticolle termina por consumir completamente todos os órgãos do hospedeiro, deixando apenas o integumento, que é rompido pela larva do parasitoide, imediatamente antes de sair. Uma vez fora, começa imediatamente a tecer seu próprio casulo.
Ao lado, adulto fêmea do gênero Eiphosoma (Foto: Ivan Cruz / Embrapa Milho e Sorgo)
.jpg)
Mais informações: Área de Comunicação Empresarial da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: (31) 3027-1223 ou [email protected] .