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Setor de flores cresce 10%

Por outro lado o setor de flores de corte acumula perdas de 40%


Foto: Divulgação

O ano de 2020 foi conturbado para o setor de flores, um dos únicos do agronegócio que sofreu os impactos da pandemia. Inicialmente a projeção para o ano era negativa. Primeiro na casa dos 90%, depois 50%. Mas o isolamento das pessoas em suas casas reverteu a situação. Cresceu o interesse por deixar o ambiente mais bonito dentro de casa e nos jardins e aumentar o bem-estar com a presença de flores e plantas ornamentais.

Foram justamente essas duas que puxaram o setor, diminuindo as perdas. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Kees Schoenmaker, no geral, o crescimento do setor no Brasil será de 10%. A recuperação começou em maio, com o Dia das Mães. As demissões no setor, que chegaram, no máximo, a 10%, foram revertidas. Os produtores se readequaram, alguns mudaram os produtos (espécies e variedades de flores), mas, no geral, reagiram junto com a demanda.  “Para o próximo ano, 2021, a gente estima um crescimento entre 8% e 9%, com o pé no chão e ainda considerando o impactado da Covid-19”, diz o dirigente. Por outro lado o setor de flores de corte acumula perdas de 40% com a proibição dos eventos. 

Para a Cooperativa Veiling Holambra (CVH), uma das maiores do país, apesar de todos os contratempos vividos neste ano e da baixa sofrida pelos produtos de corte, devido ao cancelamento e à proibição dos eventos, a expectativa é de fechar o ano com crescimento entre 8% e 10% no faturamento geral, em relação a 2019. A avaliação é feita pelo Departamento Comercial da Cooperativa que tem mais de 400 produtores e buscou investir em e-commerce e entregas para manter o setor.

Para este final de ano a floricultura aposta nas flores em vaso e nos natalinos pinheiros e bicos-de-papagaio para decoração de casas e espaços comerciais. O produtor Renê Vernoy, de Holambra (SP), perdeu, durante a pandemia, todo o cyclamen plantado. Foram mais de 100 mil vasos, amargando prejuízos de R$ 1,5 milhão. Ele espera compensar a perda com as poinsettias e, pelo menos, empatar a receita. No entanto, enquanto a maioria reduziu a produção, ele investiu no cultivo de 140 mil vasos da flor para o Natal, no pote 11, que representam 40% a mais do que o produzido no ano passado, e mais 36 mil vasos no pote 14 (pretendia produzir 50 mil, mas teve problema com a qualidade das mudas). 

As flores foram plantadas no período de julho a setembro e começaram a ser vendidas logo após Finados. Ele espera vender toda a produção até a próxima semana. Para 2021, no entanto, não tem previsão. “As mudas, compradas em euros, tiveram mais de 30% de aumento e estão faltando materiais para embalagens (vasos, papelão etc.). Não sabemos se os consumidores conseguirão absorver esses aumentos de custos”, diz.
 

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