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Setor sucroalcooleiro do Paraná reivindica mais apoio

Encontro em Maringá debate soluções para afastar a crise; impostos e recuperação da cadeia produtiva estão na pauta


Encontro em Maringá debate soluções para afastar a crise; impostos e recuperação da cadeia produtiva estão na pauta

A desoneração das taxas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a produção de etanol, ocorrida em maio por meio de uma Medida Provisória (MP), trouxe um certo alívio para o setor sucroalcooleiro em relação à crise financeira instaurada no segmento, avalia o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Miguel Rubens Tranin. Contudo, o representante das usinas paranaenses revela que o apoio governamental ainda não é suficiente para tornar o setor competitivo, pois os problemas englobam outros fatores que não recebem apoio.


Especificamente no Paraná, o presidente da Alcopar frisa que além dos altos impostos, o clima e os custos de produção não têm ajudado no processo de recuperação da cadeia produtiva. Segundo ele, o frio intenso que atingiu as lavouras e a estiagem que ocorreu durante o último verão fizeram com que a produtividade paranaense reduzisse 20% em comparação à safra passada. Tranin, que participou ontem da primeira etapa do Fórum Nacional do Agronegócio, em Maringá, apresentou a um público de 500 participantes os problemas vividos pelo setor.

Ele observa que os custos dos defensivos agrícolas e dos fertilizantes pesaram no valor do etanol. Segundo ele, o custo de produção do combustível chega a R$ 1,30 o litro, enquanto as usinas comercializam a R$ 1,10 o litro.

No mercado de açúcar, o aumento da oferta mundial e a elevação nos custos de produção têm prejudicado o rendimento setor. Dados da Alcopar apontam que hoje a média de preço do açúcar está em torno de US$ 0,16 por libra/peso. "Quando o mercado estava no auge de preço, comercializávamos a US$ 0,40 por libra/peso. Já fizemos várias reivindicações no governo federal para reverter o atual quadro", salienta Tranin.

Luiz Carlos Correia de Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), destaca que é necessário que o governo crie políticas públicas para fomentar o setor sucroenergético. Segundo ele, o impacto da desoneração do PIS/Confins foi muito pequeno. "Temos uma defasagem de preço muito grande. Além disso, os impostos cobrados pelos estados também são altos", lamenta Carvalho. Ele destaca que a Cide, imposto que incide sobre os combustíveis, deveria ser reduzido.

Produção

Segundo dados da Alcopar, o Paraná deve produzir neste ano 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, contra 39,6 milhões de toneladas registradas na safra passada. Ao todo, o Estado possui 600 mil hectares de área plantada, 10 mil hectares a mais do que em relação a 2012.


De acordo com o último levantamento efetuado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), na primeira quinzena de setembro, o Centro-Sul do País alcançou a marca de 42,84 milhões de toneladas produzidas, alta de 2,09% se comparado ao mesmo período do ano passado.

No acumulado desde o início da atual safra até o dia 16 de setembro, a moagem somou 406,26 milhões de toneladas no Centro-Sul, um incremento de 16,21% se comparado ao mesmo período do ano passado. Contudo, segundo informações da entidade, essa quantia permanece abaixo dos 417,65 milhões de toneladas verificados neste mesmo período da safra 2010/11, ocasião em que as usinas localizadas na região processaram 556,95 milhões de toneladas ao final daquela safra.


Ricardo Maia

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