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Simepar aponta 230 mm em Londrina/PR e região


Até ontem no final da tarde havia chovido 231 milímetros (mm) em Londrina e região durante o mês de julho. A média histórica para o período é de 64 mm. Segundo dados do Sistema Meteorológico (Simepar) e Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) um volume tão grande de chuva em um mês de julho ocorreu apenas em 2003, quando totalizou 223 mm. Na época, o volume havia sido o maior dos últimos 30 anos para o período. A agricultura já sente os reflexos desse excesso.

Conforme Ângela Beatriz Costa, meteorologista do Simepar/Iapar, a previsão é de instabilidade até o final da semana na região e a tendência é que este inverno seja chuvoso. Ela explicou que uma frente fria que estava atuando na região associada a uma massa úmida - vinda da Amazônia e norte da Argentina - tem provocado essas chuvas intensas nos últimos dias.

Além disso, a meteorologista informou que a região passa por um período de transição de fenômenos naturais. ""O La NiÀa (que provoca seca no Sul e chuvas intensas no Nordeste) ficou para trás e o clima já sente os efeitos do El NiÀo (o inverso do La NiÀa) que começou há algumas semanas"", diz Ângela.

A meteorologista acrescenta que o excesso de chuva já tem refletido na agricultura. O milho safrinha, por exemplo, que já sofreu com a estiagem no início do plantio, tem sido prejudicado agora no momento da colheita. ""Com grande volume de chuva fica complicada a colheita e isso pode acarretar doenças no milho"", observa ela.

Ângela também comentou sobre a dificuldade que os produtores de café estão tendo, pois não conseguem colher o grão e colocar no terreiro para secar. ""Todo excesso prejudica. No caso da chuva, não é bom nem para as culturas que estão no final do ciclo, pois é difícil colher, nem para as que foram plantadas recentemente, porque o produtor não consegue aplicar os insumos necessários para o seu bom desenvolvimento"", completa.

Outra cultura que tem sofrido com a quantidade de chuva é o trigo. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), o trigo está muito sujeito a doenças com a umidade. ""Com a constância da chuva é difícil fazer a aplicação de fungicidas"", resume Otmar Hubner, técnico do Deral.

Ele diz que não dá para falar em quebra da produção por enquanto. Porém, ressalta que a chuva é uma preocupação real para os produdores do grão, principalmente no momento em que a cultura passa pelo período de maturação como agora. ""Todo o Estado está sofrendo com a chuva, em alguns lugares da região sul ainda nem foi possível terminar o plantio do trigo"", acrescenta o técnico. Segundo dados do Simepar, as chuvas dos últimos dias já superaram a média em quase todas as regiões do Estado. E as precipitações, ligeiramente acima da média, devem permanecer por alguns dias. 

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