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Simpósio sobre Bioterrorismo fecha Conferência Mundial de Soja


"A agricultura e a pecuária brasileiras estão suscetíveis ao bioterrorismo". A afirmação é da fiscal federal de agropecuária, do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Juliana Ribeiro Alexandre. Ela foi uma das palestrantes do simpósio sobre Segurança Biológica Agrícola, dentro do VII Congresso Mundial de Pesquisa de Soja, evento que terminou na sexta-feira (05-03) em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Para a fiscal federal, não é apenas o Brasil que está suscetível a ataques de bioterroristas. Segundo Juliana, os atuais sistemas de produção agropecuária, que privilegiam a monocultura e raças mais produtivas, facilita a ação de agentes patógenos e de doenças. "Se isto já causa prejuízos quando acontece naturalmente, imagina se isso ocorre através de uma ação intencional", diz.

Segundo ela, entre as saídas possíveis estão a maior variabilidade de raças, espécies de plantas e sistemas de cultivo. "A troca de informações entre países e produtores, trabalhando juntos na criação de um banco de dados com informações; para que cada país encontre as melhores formas de usá-los", explica. Na opinião de Juliana, uma ação bioterrorista junto à agricultura ou pecuária brasileira poderia causar muitos danos.

Ela ainda acrescenta que, os mecanismos de defesa do Brasil estão, basicamente, ligados às empresas de pesquisa, como a Embrapa, que consegue atender à demanda de maneira dinâmica logo que surge uma nova doença ou praga nas lavouras brasileiras. "Através da troca de informações entre os pesquisadores estamos conseguindo obter bons resultados. Agora é preciso investir no fortalecimento destas empresas de pesquisa", completa.

Os atentados no World Trade Center em 2001 fizeram o mundo todo despertar para o risco de ações terroristas. De acordo com a pesquisadora Jaqueline Fletcher, da Universidade de Oklahoma, o governo americano está empenhado em investir na proteção da nação contra ataques terroristas, tanto quanto contra plantas e animais, quanto a pessoas.

Segundo ela, a pesquisa avança para descobrir se, algumas novas doenças verificadas em lavouras americanas, poderiam estar ligadas a ações de bioterrorismo.

"Ainda não temos nada provado mas, há evidências", diz. Ela revela que os Estados Unidos, e outras nações, já realizaram testes com vírus e bactérias para verificarem a ação das mesmas como armas biológicas. "Sempre é bom pesquisar. O Estados Unidos estão investindo tudo o que podem em segurança", afirma.

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