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Simpósio sobre suínos encerra hoje em Chapecó/SC

Pesquisadores, criadores e exportadores de suíno discutem as dificuldades do setor. A queda no preço é a maior preocupação


Pesquisadores, criadores e exportadores de suíno estão reunidos em Chapecó, no oeste de Santa Catarina, para discutir as dificuldades do setor. A queda no preço é a maior preocupação.

Santa Catarina é o Estado que mais exporta carne de porco no país. No Estado são processadas 650 mil cabeças por mês. Setenta por cento da produção se concentra na região oeste. É um trabalho que vem enfrentando um furte obstáculo: o preço.

De acordo com o gerente da granja independente Angelo Castagnino, o preço pago pelo suíno vivo caiu 50%. Hoje, eles recebem R$ 1,50 pelo quilo. “O preço hoje, realmente, está baixíssimo. Não vale a pena hoje trabalhar com suíno. É prejuízo na certa”, avaliou.

A suinocultura vive novamente um período de instabilidade. Para os criadores, manter-se na atividade tem sido um desafio. A crise começou em 2005, quando a Rússia, principal mercado comprador de carne de porco, fechou as portas para o Brasil. A partir daí, instalou-se uma espécie de gangorra no setor, de altos e baixos. Hoje, os suinocultores trabalham com prejuízo. Muitos já reduzem o plantel de animais.

Com o fim do embargo russo, os criadores se animaram. Mas agora é a nova gripe que abala o setor. A associação da doença ao consumo da carne de porco causou a retração no mercado interno, responsável por 80% do que é produzido. O resultado é o aumento da oferta e preços ainda mais baixos. O tema é um dos principais assuntos discutidos durante o Simpósio Brasil-Sul de Suinocultura, realizado em Chapecó.

“A exportação de suínos no Brasil cresceu um pouco em volume, mas os preços caíram quase 40%. O setor exportador de suínos do Brasil deixou de arrecadar de janeiro a junho US$ 240 milhões. Essa crise de preços também tem a ver com a queda substancial que houve nos preços internacionais”, disse Jurandir Machado, diretor da Associação da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína.

Atentos às reações do mercado pesquisadores e entidades buscam novas alternativas. O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Wolmir de Souza, contou que os suinocultores do Estado foram orientados a reduzir o plantel de animais em 20%. Com a redução na oferta, a esperança é que o preço reaja.

“A atividade é de um futuro promissor. Não tenho dúvida disso. Mais cedo ou mais tarde o mundo todo vai comprar nosso produto. O mercado interno buscará reação em termo de consumo. Eu não tenho dúvida disso. Nós deveremos e vamos buscar o equilíbrio", disse Souza.

O simpósio, em Chapecó, termina nesta quinta-feira.

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