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Sinalizações de preços ainda negativas para o trigo no Brasil

O mercado do trigo na Bolsa de Chicago acumula quase 21% de queda neste mês de junho


O mercado do trigo na Bolsa de Chicago acumula quase 21% de queda neste mês de junho. O contrato de julho de 2009 é negociado a US$ 196,18/tonelada, contra US$ 247,61/tonelada no início do mês. O motivo da queda continua fundamentalmente o mesmo, ou seja, a possibilidade do suprimento mundial e norte-americano se recuperar pela segunda temporada consecutiva em 2009/2010. Com o câmbio doméstico abaixo de R$ 2/dólar, os atuais referenciais nos Estados Unidos (EUA) continuam demonstrando a grande possibilidade da próxima safra de trigo no Brasil ser comercializada abaixo dos preços mínimos de garantia estabelecidos pelo Ministério da Agricultura.

O destaque é que o governo, através da Conab, não demonstra, por enquanto, nenhum interesse em antecipar mecanismos de intervenção para a comercialização da próxima safra, o que aumenta o risco de preços baixos aos produtores brasileiros. Em pleno período de entressafra, a remuneração doméstica já é baixa, mesmo com o forte déficit de oferta junto à Argentina.

Nas regiões produtoras do Paraná, o trigo é comercializado na média de R$ 471/tonelada. Pode-se dizer que nos últimos cinco meses não houve qualquer alteração significativa no mercado paranaense. No Rio Grande do Sul, onde ainda há estoques consideráveis da última colheita, o grão é comercializado na média de R$ 403/tonelada, 27% abaixo do mesmo período do ano passado. Aproximadamente 75% da área no Rio Grande do Sul e 90% no Paraná já estão semeadas.

O bom volume de chuvas na região Sul durante este mês de junho favoreceu as condições das lavouras nos dois Estados, ressaltando a possibilidade da área plantada no Paraná crescer 7% neste ano. Já na Argentina, onde a falta de chuvas ainda é predominante, o plantio da nova safra atingiu apenas 32%, com um ritmo 50% inferior ao ano passado. Apenas 923 mil hectares foram semeados até o momento, contra 1,820 milhões de hectares neste mesmo período do ano passado e quase 3 milhões de hectares neste mesmo período do ano retrasado. As perspectivas continuam sendo de uma colheita extremamente baixa neste ano na Argentina, o que ainda pode alterar as atuais expectativas negativas de preços ao mercado brasileiro.

Veja tabela de dados em:
http://www.faeg.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2774&Itemid=139

A análise de mercado de trigo é realizada diariamente pela Gerência de Estudos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).

Gerente de Estudos Técnicos e Econômicos: Edson Alves Novaes
Responsável técnico: Adriano Vendeth

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