Sinop (MT) cultivou 350 mil hectares de soja
O número representa uma redução próxima de 15% em relação à safra passada
Com a conclusão do plantio, o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, calcula que foram plantados aproximadamente 350 mil hectares. O número representa uma redução de aproximadamente 15% de área plantada em relação à safra passada no município (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá).
Houve um atraso de quase 20 dias na conclusão dos trabalhos. O problema foi um veranico (curto período de estiagem) que se estendeu de 7 a 25 de novembro e que atrasou o plantio de 10% dos sojicultores do município.
O ideal era ter feito o plantio até meados de novembro. Galvan acredita que o atraso pode causar uma baixa na produtividade do grão, que não terá as condições ideais para se desenvolver. Ele não quis arriscar uma projeção sobre a produção e produtividade, pois ambas dependem dos efeitos da estiagem sobre a lavoura.
Outro problema apontado pelo presidente é o aumento no custo com defensivos, fungicidas e venenos para tentar garantir que o plantio atrasado alcance a mesma produtividade da soja plantada dentro do prazo.
As primeiras sementes de soja começaram a ser plantadas em Sinop no dia 27 de setembro na Fazenda Aeroporto. Lá o plantio dos 9 mil hectares foram concluídos no início de novembro, antes do veranico atingir a região.
Em Sinop, os primeiros grãos da oleaginosa também devem ser colhidos na Fazenda Aeroporto já no final deste mês. A intenção em adiantar a safra é liberar a área para o plantio de algodão na primeira quinzena de janeiro, ainda no período chuvoso.
Soja em alta - A redução de 15% na área plantada ainda é vista com otimismo pelos produtores. Até o meio do ano as estimativas apontavam para uma redução de até 200 mil hectares de área plantada em Sinop. O tempo era de extrema crise e os ânimos eram acirrados por conta do Grito do Ipiranga (protesto feito pelos produtores entre abril e maio deste ano, para cobrar investimentos por parte do governo Federal na agricultura).
Galvan explicou que as estimativas não se confirmaram porque o mercado elevou o preço da oleaginosa. “Há 60 dias a soja (saca de 60 quilos) era vendida a R$ 15 no balcão, agora já pagam R$ 20 e a tendência do mercado é de que o preço suba”, observa.
O agricultor ainda conta com o Prêmio de Equalização para o Produtor (Pepro) e o Prêmio de Risco de Opção Privada (Prop), que paga até R$ 5,51 por saca de soja. O objetivo é garantir o preço mínimo do produto e estimular os sojicultores.
Galvan acrescentou que com a melhora do mercado, as grandes empresas multinacionais voltaram a oferecer crédito aos produtores com maior facilidade. “O mercado se ajustou e a tendência de alta no preço [da soja] viabilizou o plantio para muita gente”.