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Soja, milho e algodão: gangorra das commodities em MT

Principais culturas viveram momentos de altos e baixos de 2011 a 2014



Da safra 2011 ao atual ciclo, as três principais culturas que são o carro-chefe do agronegócio mato-grossense – soja, milho e algodão – viveram momentos de altos e baixos quando se comparam as oscilações de preços com as variações da produção. A coincidência entre elas é que 2014 já é o ano em que os preços menos aumentaram, num claro reflexo da oferta dos anos anteriores. No caso da soja, a atual oferta de 26,07 milhões de toneladas é mais um recorde, sobre o recorde anterior. Mato Grosso é o maior produtor de grãos e fibras do país. Os dados fazem parte do primeiro relatório trimestral da Conjuntura Econômica, divulgado semana passada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). 

Na sojicultura, a maior expansão percentual da produção foi em 2013, com evolução de 13% sobre o ano anterior. Em relação aos preços, a maior variação foi em 2012, 14%, justamente no ano em que a oferta cresceu menos, apenas 4%. No levantamento do Imea, a soja mato-grossense cresceu 9% em oferta e 13% em valor. Em 2012, 4% e 18%, em 2013, 11% e 14% e em 2014, 11% e 1%, respectivamente. 

No caso do milho, cultura produzida em sua totalidade em segunda safra no Estado, a análise mostra que nos três primeiros anos desta série, o milho teve incremento anual de preços de 13%, 18% e 14%. Depois do recorde de produção da safra passada, quando Mato Grosso ofertou mais de 22 milhões de toneladas, o preço pressionado pela oferta, cresceu apenas 1% em 2014. Nos outros anos desta série do Imea – 2011, 2012, 2013 e 2014 – a produção recuou 17% e depois cresceu 4%, 11% e 11%, respectivamente. 

A cotonicultura, que nesta safra o Estado atinge a participação de 56% da produção nacional, é a única entre as três que teve um ano de preços em retração. Em 2012, como reflexo da grande oferta do ano anterior, os preços caíram 19% e a produção aumentou 15%. Na sequência da série, o algodão em 2011 teve incremento de 67% na oferta e de 23% no preço. Em 2012, 15% e -19%, em 2013, -36% e 18% e em 2014, 31% e 4%, respectivamente. 

PESO DO CUSTO – A soja, que é o carro-chefe da economia do Estado, só volta a ser plantada em setembro, mas desde já está exigindo muito atenção dos produtores. Como alertam os técnicos do Imea, a nova safra aponta para mais um ano de pressão que os altos custos dos insumos vão exercer sobre as margens de lucro. O custo de produção será tão recorde quanto a projeção de mais de 27,30 milhões de toneladas. 

Conforme o Imea o custo de produção da soja para a o novo ciclo é projetado inicialmente, em um desembolso total de R$ 2.452,70/ha para a soja transgênica e de R$ 2.437,78/ha para a variedade convencional. A despesa com os insumos (sementes, fertilizantes e defensivos) participará com mais da metade do total gasto na produção da oleaginosa, tanto na transgênica como na convencional, com a participação de 60% do total gasto com a produção. “Se for considerado o custo de produção da safra 2014/15 com a produtividade aguardada em 52,5 sc/ha para o próximo ciclo, o produtor terá um custo de produção de R$ 46,72 por uma saca. 

“Atualmente, a cotação da soja disponível gira em torno de R$ 56,35/sc, ou seja, o suficiente para cobrir o custo de produção e ainda gerar cerca de R$ 10/sc de margem de lucro. Porém, se formos considerar o preço paridade para março de 2015, que apresenta média para maio próximo a R$ R$ 45,37/sc, este se apresenta abaixo do que o produtor precisaria gastar para cobrir o custo de produção, podendo indicar uma redução na margem de lucro da próxima safra caso este cenário não se altere. Entretanto, a expectativa para a temporada 2014/15 não é muito animadora para as cotações, visto que a oferta será abundante, tanto internamente como no mercado externo”. 

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