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Soja acumula ganhos de 75% em doze meses


O preço da soja ultrapassou a faixa de US$ 10 o bushel pela primeira vez em 15 anos, impulsionado pelas chuvas insuficientes na América do Sul. Na Argentina, terceiro país maior produtor mundial de soja, depois dos Estados Unidos e do Brasil, as chuvas se situaram em volumes que correspondem à metade do que foi previsto, informou John Dee, presidente da Global Weather Monitoring, em Lake Linden, Michigan. Além disso, já consenso no mercado que as chuvas no Brasil não serão suficientes para ajudar a colheita, disse Dee.

Os preços da soja aumentaram 75% no último ano, já que a produção suína e avícola avançou para se manter equilibrada com a demanda por carne bovina. "Estamos com uma bomba de pavio curto nas mãos", disse Dale Durchholz, analista de grãos na AgriVisor Services, em Bloomington, Illinois. "Agora que a barreira dos US$ 10 foi rompida, as pessoas já começam a falar de US$ 11", diz.

Os preços da soja para entrega em maio encerraram a US$ 10,17 por bushel no pregão de sexta-feira da Bolsa de Commodities de Chicago. Essa foi a primeira vez que os contratos futuros superaram US$ 10, desde julho de 1988. O preço recorde para a soja foi de US$ 12,90, em 1973. O processamento da soja para a produção de óleo e farelo, foi reduzido a partir do final do ano passado, depois que os produtores rurais dos Estados Unidos realizaram uma colheita 12% menor que a do ano anterior. A demanda mundial por soja e farelo usados na fabricação de ração animal avançou vertiginosamente para um recorde, segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Safra brasileira

As perspectivas para a colheita brasileira regrediram no último mês, após quase dois meses de clima seco na região sul do país, e de muita chuva no norte. Isso retardou a primeira colheita e aumentou o risco de pragas. O Brasil irá colher um recorde de 59,5 milhões de toneladas de soja, segundo projeções do USDA. Estimativas de mercado, entretanto, projetam uma safra entre 36 milhões e 50 milhões de toneladas, volume, que se confirmado, será menor que o obtido na safra anterior. Os estoques norte-americanos se situaram em 869 milhões de bushels no dia 1 de março, 27% menor o volume do ano anterior, anunciou Dan Basse, presidente da AgResource.

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