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Soja de 90 dias promete sustentabilidade em MT

Superprecoces permitem cultivo de duas safras e levam tecnologia à nova fronteira mato-grossense


Variedades superprecoces permitem cultivo de duas safras por ano e levam tecnologia à nova fronteira mato-grossense


Depois de transformarem mi­­lhares de hectares de pastagem degradada em plantações de so­­ja, os produtores do Nordeste mato-grossense focam agora na sustentabilidade do setor. E as variedades de soja superprecoces, que podem ser colhidas em 90 dias – até três semanas mais cedo que as opções de ciclo mé­­dio – se tornaram uma ferramenta essencial para isso.


Apesar de representar o maior potencial de crescimento da agricultura em Mato Grosso, a região de Querência ainda é novata no cultivo de grãos. A maior parte dos produtores lo­­cais faz somente uma safra por ano, ao contrário do que ocorre nos principais pólos produtivos do estado, onde a segunda safra de milho ou algodão virou especialidade dos agricultores.

Essa realidade, no entanto está prestes a mudar. Com o encurtamento do ciclo da soja, a área plan­­tada com milho (após após a colheita de verão, em janeiro) tem saltado a passos largos. Se­­gundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o terreno do cereal subiu 26% na última safra na região, de 72 mil hectares para 90,8 mil hectares na região.

Para manter o ritmo de crescimento, os agricultores têm testado diversas variedades de soja, conferiu a Expedição Safra Ga­­zeta do Povo no dia de campo realizado, no último fim de semana, em parceria com o Rally Cea­­gro, da Ceagro Grupo Los Grobo. Cerca de 50 produtores da nova fronteira de Mato Grosso, a quase 2 mil quilômetros de Curitiba, participaram o rally.


Ao visitar fazendas com o grupo, a equipe de jornalistas conferiu que, para viabilizar uma segunda safra, os agricultores não podem gastar mais de 100 dias com a soja. Eloir Bru­netta, de Querência, começou a cultivar a safrinha de milho há quatro anos e, neste período, multiplicou a lavoura do cereal por quatro. Entre janeiro e fevereiro, pretende alcançar a marca de 3,5 mil hectares, 500 a mais do que há um ano.

“Como as variedades (sementes) eram tardias, com ciclo longo, era impossível viabilizar uma segunda safra. Agora consigo co­­lher soja em até 90 dias depois do plantio”, revela o agricultor. A es­­colha, segundo Brunetta, resulta em “bons” índices de produtividade, entre 3 mil e 3,3 mil quilos por hectare. Já o milho de segunda safra rende, em média, 4,5 mil quilos por hectare.

“A safrinha de milho acaba sendo o nosso lucro, pois com a primeira safra geralmente pagamos os custos do ano”, analisa Jo­­sé Pirani, outro produtor de Que­­rência que participou do encontro e também investe no cereal como segunda alternativa.

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