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Soja é o único produto agrícola corrigido de acordo com a inflação do Plano Real

Afirmação é do economista do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Seab de Cornélio Procópio, Santo Pulcinelli Filho


O economista do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo Regional da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) de Cornélio Procópio, Santo Pulcinelli Filho fez um levantamento sobre a correção de 13 produtos agrícolas no período de 15 anos de vigência do Plano Real. Ele chegou a conclusão que o único produto que esteve próximo de uma inflação de 306,4% no período foi a soja, cujo preço pago ao produtor chegou a quase 300%. Os demais produtos analisados, como boi, frango, suíno, leite, trigo, milho, arroz, feijão e algodão ficaram bem abaixo deste índice. O café, por exemplo, teve correção de apenas 32% desde 1994. “Isso desestimulou demais os cafeicultores brasileiros que hoje têm uma dívida estimada de R$ 4 bilhões junto as instituições financeiras oficiais”, observou. Na sua opinião, esta é a quinta crise consecutiva do café no Brasil. O especialista ressaltou que os preços pagos aos agricultores não acompanharam a inflação e, além disso, os insumos utilizados na terra subiram em patamares elevados nos últimos 15 anos.

O técnico lembrou ainda que, as chuvas paralisaram as colheitas de café e cana-de-açúcar na região de Cornélio Procópio e os prejuízos atingem até mesmo o trigo que ainda é predominante nos 23 municípios de abrangência do Núcleo Regional da Seab. De acordo com ele, já choveu o equivalente a 277 milímetros em Cornélio Procópio somente em julho. Neste período a média de chuvas é de 62 milímetros. “É o maior índice dos últimos 38 anos, lembrando que em 1978 choveu 197 milímetros e 186 no ano de 2007”, assinalou. Santo Pulcinelli Filho disse que o Deral já está fazendo um levantamento sobre os eventuais prejuízos das principais culturas agrícolas por causa deste elevado índice de chuvas em julho na região de Cornélio Procópio.

DIVERSIFICAÇÃO - O economista lembrou com tristeza que, cansados de somarem tantos prejuízos, muitos agricultores estão abandonando suas lavouras tradicionais de soja, milho e trigo que são predominantes na região de Cornélio Procópio para diversificarem suas áreas de plantio, optando pela fruticultura em busca de lucros maiores. Entre as fruticulturas dominantes na região de Cornélio Procópio, ele cita a laranja e a banana. Santo Pulcinelli Filho salientou, no entanto, que a diversificação é complexa. “A rentabilidade é maior, mas o agricultor tem mais trabalho para preparar a terra e melhor assistência, para colher uma boa safra”, ressaltou. O especialista frisou que a produção da laranja tem crescido na região, principalmente depois que foi confirmada pela direção da Cooperativa Agrícola Integrada de Londrina, a implantação da indústria de sucos de laranja no município de Uraí. A área disponível para a fruticultura na região de Cornélio Procópio é de aproximadamente 6 mil hectares.

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