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Soja traz lucro duas vezes maior em 2011

Produção recorde é vendida a preços altos e eleva margens em todo o Brasil


Produção recorde é vendida a preços altos e eleva margens em todo o Brasil. Com mercado favorável, agricultor fica no azul até mesmo em regiões onde houve quebra de safra

Com praticamente toda a soja colhida nos dois maiores produtores do país, Paraná e Mato Grosso, e boa parte da safra vendida, o agricultor vislumbra rentabilidade ampliada na temporada 2010/11. Em estados onde a safra foi cheia, como no Paraná, o resultado operacional da lavoura deve ser ao menos duas vezes maior que o obtido no ciclo anterior. “Esta vai ser a melhor safra brasileira de soja, não só em volume de produção, mas também em rentabilidade”, prevê Felipe Prince, analista da Agrosecurity.


Na região de Londrina (Norte do Paraná), para cada real investido na lavoura, ao final do ciclo o produtor deve receber de volta R$ 1,75. A conta considera apenas os custos operacionais (desembolso), estimados em R$ 1.198 por hectare para a região. Despesas fixas como depreciação de máquinas e remuneração da terra não são incluídas no cálculo. Colhendo média de 52 sacas de soja por hectare e vendendo cada saca a R$ 40,10, o agricultor londrinense terá, ao final da temporada, lucro operacional de R$ 900, conforme a Agrosecurity. O valor representa um avanço de 128% sobre o resultado obtido na safra passada (R$ 395/ha).

Lucro ainda maior deve ser embolsado pelo produtor da região Oeste do Paraná. Em Medianeira, cada real investido na soja deve render ao agricultor R$ 1,90, revela o levantamento. Na região, cada hectare cultivado com a oleaginosa deve render em média R$ 1.100 neste ano, contra R$ 567 na temporada 2009/10. Para chegar a esse resultado, a consultoria considera um custo operacional de R$ 1.219/ha, rendimento de 53 sc/ha e preço médio de venda de R$ 44,40/sc.

No Paraná, assim como no restante do país, desempenho operacional positivo da soja se explica não apenas pelo aumento da produção, mas também pela estratégia de comercialização adotada por cada agricultor, explica Prince. No geral, quem guardou a produção para vender mais tarde teve resultado melhor. “Por isso o produtor do Oeste do Paraná se saiu melhor do que o do Norte do estado neste ano.”


No final de setembro, quando os preços internacionais da soja começaram a subir com mais força, o agricultor londrinense havia vendido quase um terço da safra a preços mais baixos. Em Medianeira, menos de 5% da soja estava comprometida nesta época, compara o analista. Neste momento, as duas regiões têm, respectivamente, 20% e 34% da safra disponível à comercialização, segundo a Agrosecurity.

Levantamento da consultoria mostra que as margens serão positivas em todas as praças brasileiras pesquisadas. Mesmo em regiões onde a produção foi prejudicada pelo excesso de chuva, a soja gera renda suficiente para pagar as contas e fechar o ciclo no azul. É o caso de São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul. Mesmo com quebra de 30% na safra e rendimento reduzido a 33 sacas por hectares, cada real aplicado na lavoura retornará ao agricultor R$ 1,12, o equivalente a R$ 150 por hectare. A conta considera custo de R$ 1,231/ha e preço médio de R$ 40,65/sc.

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