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Soja vai voltar a dar lucro ao produtor nesta safra

Depois de dois anos no vermelho, produtor terá ganhos de US$ 1 por saca


A safra 06/07 começa bem diferente para os sojicultores mato-grossenses. Se há dois anos este início era cercado de projeções pessimistas, o cenário agora dá lugar a certeza de que o pior já passou. Para se ter uma idéia da mudança, se na safra passada a média geral para o Estado apontava para um déficit de cerca de US$ 3 na relação custo da saca e preços de mercado, em 2007, Chicago garante para março rendimento de US$ 1, ou seja, a soja volta a dar a lucro.

“Ainda não é nenhum céu de brigadeiro. Existe para trás uma herança de dois anos seguidos de crise no segmento. Uma dívida que ainda não será amenizada com um lucro desses. Mas temos de comemorar, pois o momento é positivo. O fundo do poço ficou para trás, assim como as nuvens negras”, explica o analista de mercado da AgRural, em Cuiabá, Seneri Paludo.

O analista detalha a análise que leva à confirmação do lucro. Nesta safra (06/07), o custo de produção para cada hectare (ha) plantado ficou em cerca de US$ 430, cifras entre 3% a 5% abaixo do registrado na temporada anterior e as projeções apontam para um ganho de produtividade de cerca de 10%, passando de um saldo de 44 sacas por hectare para 48. Confirmado o rendimento, cada sojicultor terá lucro de US$ 48/ha.

Com estes números de custo e produtividade, a saca custará ao produtor US$ 9, enquanto a cotação pré-fixada na Bolsa de Chicago (CBOT) para março revela uma cotação de US$ 10,20 para a saca, base Sorriso (470 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá). A média de custo por hectare e produtividade leva em consideração a sojicultura em Mato Grosso. “É claro que o produtor que obtiver mais sacas por hectare, terá um lucro maior. O importante é mostrar que ao invés de US$ 3 de prejuízo por saca, agora há lucro. Se não fosse o passivo, estaríamos em franco crescimento”, exclama Paludo.

Ele lembra que na safra 05/06 os custos de produção para cada hectare ficaram em cerca de US$ 450 e a produtividade média estadual na casa das 44 sacas neste mesmo período. “Naquele momento, a saca custava ao produtor US$ 10,20, mas o mercado pagava cerca de US$ 7,40, ou R$ 16,20, conforme a taxa de câmbio na época. Considerando a base de Sorriso, havia um déficit de US$ 2,80, quase US$ 3 por saca”.

O sinal de que o setor produtivo percebeu as mudanças no cenário internacional é que a soja 06/07 não teve sua área plantada recuada em mais de 1 milhão/ha como chegou a ser ventilado. De acordo com levantamento da AgRural, a área atual ocupa 5,3 milhões/ha e as estimativas são de uma produção de 15,26 milhões de toneladas (t) e uma produtividade de 2,9 mil quilos, o que significa 48 sacas/ha.

Produtividade:

Na safra 05/06, a sojicultura estadual registrou a menor produtividade dos últimos dez anos ao atingir média de 44 sacas por hectare. “Comparando-se aos dois últimos anos de recuo no rendimento, no atual ciclo vamos registrar um incremento de 10%. É por isso que insisto, o cenário é positivo porque teremos – salvo uma catástrofe – rendimento e preços melhores”, exclama o analista.

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