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Sorriso: ferrugem deve encarecer em R$ 35 a hectare plantada

A cada aplicação, o sojicultor gasta cerca de meia saca a mais por hectare


A ferrugem asiática deve encarecer em R$ 35 o preço por hectare de soja em Sorriso. O preço investido na safra altera a estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que calculou R$ 1.655 o custo por hectare, sendo R$ 1.018 custo operacional. A cada aplicação de fungicida, o sojicultor gasta cerca de meia saca de soja mais por hectare, o que corresponde cerca de 2% do custo total. Embora a porcentagem pareça insignificante, em grande escala o valor pode estremecer o orçamento e gerenciamento da fazenda. Se o produtor tiver que aplicar em cinco mil hectares da oleaginosa, o valor investido será de R$ 175 mil.


Em uma safra sem ferrugem, a aplicação indicada pelos engenheiros agrônomos é de duas vezes. Mas, com o aparecimento do fungo, o número de aplicações pode chegar a quatro, aumentando em R$ 70 o gasto por hectare. A cada hectare, o produtor gasta cerca de meio litro de fungicida específico para combater o fungo, que é diluído na água. O litro, conforme algumas revendas locais, custa em média R$ 70. Mas, todo esforço vale a pena para se manter uma boa produtividade.

Até agora ainda não há nenhuma pesquisa que comprova perda de produtividade motivada pela doença. Mas, se o fungo continuar se alastrando e os ataques ficarem mais severos, os prejuízos podem alcançar uma perda de cinco sacas por hectare. Atualmente, conforme estimativa do Sindicato Rural de Sorriso, cada hectare deve render ao produtor 60 sacas, quantidade que se mantém mesmo com o excesso das chuvas e aparecimento da doença.

Ao todos, 614 mil hectares foram semeados com a oleaginosa, cuja estimativa em toneladas é de 2,2 milhões. De toda área, cerca de 80% de todas as propriedades já registraram a presença da ferrugem. Mas, segundo o presidente do Sindicato Rural, Laércio Lenz, a única perda constatada até agora é a perda de peso do grão. Estima-se que um grão de soja pesa em torno de 160 miligramas, sendo que a perda, pós maturação da vagem, atinja cerca de 3% do peso. De acordo com Lenz, como a colheita inicia timidamente – somente cerca de 5% de toda a área foi colhida, ainda é cedo para fazer projeções sobre perdas.


“Já vimos muitos focos de ferrugem, mas a doença atinge apenas alguns talhões e não um hectare inteiro, então fica difícil medir qual será o custo a mais pela safra e também se a produtividade vai reduzir, até porque a ferrugem não afetou o grão de forma considerável. Continuamos acreditando que o produtor está consciente, sabe se precaver e por isto a produtividade de 60 sacas por hectare continua recebendo apostas”.

No início da semana, o sindicato iniciou uma pesquisa com os produtores sobre expectativas da safra. Embora esteja engatinhando, o estudo aponta que o sojicultor está otimista com a safra 2011/12. Até porque, muitos investiram na soja super precoce e aproveitam algumas raras horas de sol para adentrar com as colheitadeiras no campo. De acordo com Lenz, ainda não há notícias sobre apodrecimento de grão, somente perda de peso, mas como a porcentagem é baixa – no máximo 3%, chega a ser insignificante.

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