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Subsídios não ajudam pequeno agricultor


Apesar dos subsídios bilionários dados aos setores agrícolas dos países ricos supostamente para preservar os seus produtores contra a competição mundial, os pequenos agricultores da Europa e dos Estados Unidos estão cada vez mais miseráveis. A informação é do embaixador Rubens Ricupero, secretário-geral da Conferência da ONU para o Desenvolvimento e Comércio (Unctad), que ontem abriu a reunião do Conselho Econômico e Social da ONU, em Genebra.

Segundo Ricupero, os subsídios, que impedem que países como o Brasil se beneficiem do comércio mundial, não cumprem seu papel de ajudar os pequenos agricultores nos países ricos. De acordo com o embaixador, a ajuda vai praticamente toda para as grandes fazendas exportadoras de produtos como o açúcar ou algodão, enquanto os pequenos fazendeiros abandonam cada vez mais o campo. “A miséria caracteriza a agricultura de pequena escala nos países mais ricos do mundo.”

O problema, segundo Ricupero, é que a distribuição de subsídios é tão ou mais desigual do que a distribuição de renda em países como o Brasil. Nos EUA, por exemplo, dez fazendas de algodão recebem US$ 17 milhões por ano. Na França, 15% dos fazendeiros recebem 60% dos subsídios agrícolas.

Ricupero mostrou que o crime triplicou nos últimos dez anos no campo americano e o êxodo rural não pára de crescer. Na França, a miséria dos pequenos agricultores tem levado muitos ao suicídio.

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