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Suinocultor catarinense quer renegociar dívida


Apesar da cotação do suíno manter-se estável em R$ 1,45, os produtores do Alto Uruguai, em Santa Catarina, já estão projetando a renegociação das dívidas que possuem com os bancos. O prefeito de Seara, Flávio Ragagnin, fez ontem (26-02) o papel de porta-voz dos suinocultores e adiantou que poucos terão condições de honrar os pagamentos previstos para 2003. Segundo ele, 80% dos cerca de mil suinocultores de Seara devem cerca de R$ 10 milhões para os bancos. A renegociação de dívidas tem sido um tema constante no meio rural nos últimos anos.

Os próprios suinocultores conseguiram há três anos alongar o pagamento de dívidas contraídas entre 94 e 96 para investimento em sistemas de manejo de dejetos. Agora, as dívidas dos produtores são conseqüência de ampliações nas propriedades feitas em 2001, quando a atividade entrou em período de expansão devido à abertura de novos mercados no exterior. O quadro de entusiasmo sumiu no ano passado devido à crise que o setor enfrentou em função do excesso de oferta e da escassez de milho. A cotação paga ao produtor chegou, na metade de 2002, a apenas R$ 1,10 o quilo. Agora, a interrupção das exportações para Rússia afetou a tendência de um ano positivo para a suinocultura catarinense.

Segundo o prefeito Flávio Ragagnin, seria preciso que a cotação atual melhorasse para que os produtores conseguissem pagar o que devem. O problema é que o mais provável é que a cotação diminua. O deputado federal Odacir Zonta (PPB), ex-secretário estadual da Agricultura, já se adiantou e disse que vai apresentar na Câmara Federal o pedido de renegociação das dívidas dos produtores de suínos. Ao mesmo tempo, os prefeitos dos municípios do Alto Uruguai que têm a suinocultura como principal atividade econômica estudam medidas que podem ser tomadas em conjunto caso os produtores não tenham como pagar as dívidas.

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