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Suinocultores gaúchos trabalham com perdas

Saída para o setor é reduzir número de animais para o abate na indústria


Produção é superior a demanda. Saída para o setor é reduzir número de animais para o abate na indústria
O momento econômico da suinocultura gaúcha é delicado. A avaliação é do presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador. Segundo ele, o custo de produção estaca cada dia mais distante do valor pago pelo produto entregue na indústria da carne. “Não existe coerência o homem do campo, investir R$ 2,80 para formar um quilo de suíno para depois vender a R$ 1,80. Analisem a nossa situação. A suinocultura precisa ser vista com urgência como uma atividade rentável economicamente dentro das propriedades rurais, também”, disse Folador. De acordo com ele, a tendência é que a situação de prejuízos dentro do setor permaneça, pois a produção de carne suína é muito maior do que a demanda. “Uma das alternativas que está se apresentando aos suinocultores do Estado é começarem uma redução gradativa do número de animais dentro de suas propriedades. Acredito que a recuperação dos preços se dará quando houver um equilíbrio entre a nossa quantidade de produção com a quantia dos produtos suínos que serão com sumidos dentro das casas dos brasileiros”, frisou o presidente da entidade.
De acordo com Folador, hoje o Rio Grande do Sul produz 600 mil toneladas por ano de suínos, sendo que 70% têm como destino a indústria dos embutidos, como as de salame, presunto e lingüiça. Os 30% restantes é a carne comercializada nos balcões dos açougues. Os 8 mil produtores gaúchos produzem para o abate 7,2 milhões de animais, por ano. Já o Brasil tem uma produção anual de 3,4 milhões de toneladas de suínos.

“Quando trabalhamos com os números percebemos que, diante do total de produção interna nacional, se tem pouca exportação. Em média mandamos para fora do país anualmente 500 mil toneladas de carne suína. Como praticamente toda a nossa produção fica aqui, e com consumo baixo, cerca de 15 quilos, por pessoa anualmente, temos enfrentado o problema de perdas até um tanto elevadas”, explica o presidente. Conforme Folador existem produtores desistindo da atividade, mas o que não deve representar riscos para o setor de produção suína. “Estamos trabalhando para invertermos o quadro. Não medimos esforços para que o nosso produtor de suínos recupere o que perdeu e que tenha lucro dentro da sua propriedade. Ninguém pode pagar para trabalhar”, concluiu Folador.

Trocando conhecimento com a Europa

No final do mês de maio o presidente da Acsurs, integrou a Missão Franco-Ibérica de Suinocultura, que visitou países europeus onde conheceu de que forma é desenvolvida a atividade, em especial na França e Espanha. “Conversamos com produtores, visitamos granjas. Pudemos conhecer o trabalho desenvolvido no setor da suinocultura, sua importância e as tendências do mercado de suínos”, comenta Folador. Segundo ele, a situação em ambos os países é muito parecida com a do Brasil, pois há cada vez mais concentração da produção e da exigência em relação à produtividade, qualidade e, principalmente, ao bem estar do animal. “Os suinocultores de ambos os países têm suas dificuldades.

Muitos produtores saem da atividade porque ela deixa de ser viável economicamente”, comenta Folador. Da viagem destacou ainda a profissionalização dos suinocultores europeus, bem como a modernidade das instalações nas granjas. Observamos que o produtor da Europa se dedica à suinocultura, vendo ela como atividade rentável financeiramente. Já no Brasil, muitos suinocultores têm a atividade juntamente com outra. A missão a Europa foi patrocinada pelo Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) em Minas Gerais.

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