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Sul-coreana CJ Corp entra na briga com Bunge e Cargill

A empresa sul-coreana irá investir R$ 1 bilhão até 2015 no Brasil no setor da cana


Atraída pelo baixo custo da matéria-prima, a empresa sul-coreana Cheil Jedang Corporation (CJ Corp) do Brasil, ex-filiada da Samsung, irá investir no Brasil R$ 1 bilhão até 2015. A companhia acaba de inaugurar em Piracicaba, no Estado de São Paulo, uma fábrica produtora de lisina - aminoácido para ração animal a partir da cana-de-açúcar.

"Além da vantagem em relação aos custos, no Brasil a empresa poderá diversificar as matérias-primas, formando um mix de produtos", diz o engenheiro químico responsável pela fábrica brasileira, Carlos Henrique Furtado. Cerca de 50% da produção da empresa deve ficar no mercado interno e a outra metade será exportada à América Latina, à Europa e aos Estados Unidos.

A fábrica, que está instalada numa área de 980 mil metros quadrados, irá utilizar inicialmente 100 mil toneladas de açúcar ao ano que servirá de matéria-prima na produção dos aminoácidos. A produção prevista para 2007 é de cerca de 20 mil toneladas de lisina, volume que poderá ser reestimado para cima. "Já no próximo ano devemos atingir nossa capacidade total, que é de 60 mil toneladas", diz.

A Nutron Alimentos, parceira da CJ Corp com a exclusividade das vendas e distribuição dos produtos fabricados pela empresa, incluindo a lisina, também confirma novos investimentos. "Esta parceria é só o início de um programa de expansão que irá contar com a implementação de novas fábricas", revela o presidente da Nutron, Luciano Roppa. A primeira será instalada na região Centro-Oeste já no próximo ano.

Ainda de acordo com Roppa, o Grupo Provimi, do qual a Nutron faz parte, pretende dobrar de tamanho nos próximos quatro anos. "Esse incremento faz parte de um projeto mundial e o Brasil por ser um dos maiores países em produção animal é um dos mercados prioritários", avalia. Outros países que deverão disputar com o Brasil os investimentos do Grupo são a China e a Rússia. O Grupo responde atualmente por 7% da produção mundial e a Nutron participa do mercado brasileiro com 13% da produção total de alimentos para animais e faturamento anual de US$ 130 milhões.

Recorde

Após totalizar 25,1 milhões de toneladas no primeiro semestre, superando em 7,4% o volume registrado nesse período em 2006, a produção brasileira de rações recebe novos investimentos e as indústrias esperam ter este ano o melhor resultado da história.

A projeção feita pelo Sindirações aponta uma receita de US$ 10,5 bilhões em 2007, ante US$ 9,3 bilhões do ano passado. O mercado de nutrição animal vem sendo impulsionado pelo setor de carnes que cresce em consumo e exportações, com destaque para a pecuária bovina e avicultura que devem expandir 19% e 8,3%, respectivamente.

"A alta da carne tem feito o País crescer no atendimento ao mercado interno e externo, com isso nós temos experimentado um crescimento anual acima de 15%", afirma o gerente comercial Poli-Nutri, Aldo Barbugli Filho. No ano passado concluiu a unidade de produção da Poli no Município de Eusébio, em Fortaleza irá acelerar processo de produção em Santa Catarina. "Este ano os investimentos na área de pesquisa e desenvolvimento serão de R$ 7 milhões", diz Barbugli Filho.

A Purina, da Cargill, irá aumentar em 20% seus investimentos nessa safra. "Este ano os preços da carne estão muito bons por isso acreditamos que os produtores irão buscar melhores alternativas", diz o gerente de produtos da Purina, Emerson Botelho. Ele revela que a empresa deve relançar nos próximos meses toda a sua linha de produtos. "Esse ganho a mais do produtor abre espaço para produtos diferenciados com um custo maior", completa. A empresa está se reestruturando por meio da contratação de especialistas para dar maior suporte à equipe de vendas.

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