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Suzano prevê que China seguirá relevante para celulose

A China manterá posição de destaque como compradora de celulose da Suzano Papel e Celulose nos próximos meses e deverá responder por entre 40 e 50 por cento do volume comercializado pela companhia


Reuters - A China manterá posição de destaque como compradora de celulose da Suzano Papel e Celulose nos próximos meses e deverá responder por entre 40 e 50 por cento do volume comercializado pela companhia, informou nesta segunda-feira o presidente da empresa, Antonio Maciel Neto.

No segundo trimestre, a Ásia foi o principal destino das vendas do insumo da companhia, com fatia de 52 por cento, seguida de Europa (29,4 por cento), Brasil (11,9 por cento), América do Norte (5,8 por cento) e América do Sul/Central (1 por cento).

"Estabelecemos em nossa estratégia, desde 2006, essa posição relevante da China nos negócios. Trata-se de um mercado que se manterá em expansão", disse Maciel, em encontro com jornalistas para comentar os resultados do segundo trimestre.

De abril a junho, a Suzano atingiu vendas históricas de celulose, com 547,6 mil toneladas, uma alta de 30,1 por cento ante o verificado nos três primeiros meses do ano e de 55,4 por cento frente ao registrado no segundo trimestre de 2008.

De acordo com o diretor de Relações com Investidores da Suzano, André Dorf, a China --que teve papel importante no recorde de vendas do segundo trimestre-- manteve em julho o mesmo ritmo de compras apurado nos meses anteriores.

"Além da recomposição de estoques, o mercado de papel na China está crescendo muito. Há um pacote do governo que estimula a economia doméstica e fábricas estão fechando", enumerou Dorf, ao se referir ao potencial chinês.

Em relação aos preços da celulose, o executivo evitou fazer projeções para o segundo semestre. "Temos dois aumentos, anunciados para julho e agosto, que vão ter impacto no resultado do terceiro trimestre. Mas ainda é cedo para falar sobre aumentos além desses", afirmou Dorf.

Além da venda em volume recorde, a Suzano apurou lucro líquido recorde no segundo trimestre, de 439 milhões de reais, aumento de 119 por cento em relação ao ganho de 200 milhões de reais um ano antes.
Apesar da melhora operacional, a linha financeira foi o principal condutor do avanço do resultado final da companhia nessa comparação.

No segundo trimestre de 2008, a Suzano registrou despesa financeira líquida de 101 milhões de reais. No mesmo período deste ano, o resultado ficou negativo em apenas 6 milhões de reais, diante do impacto positivo da valorização do real na parcela da dívida que está expressa em dólares.

Já a geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ficou em 232 milhões de reais de abril a junho, queda de 37,3 por cento na comparação com os 370 milhões de reais de igual intervalo de 2008.

De acordo com Dorf, dois efeitos contábeis que não devem se repetir nos próximos trimestres explicam o recuo: a eliminação do lucro contido em estoques no exterior e a depreciação e amortização que são adicionadas ao lucro operacional.

"Como tivemos a venda de volumes excepcionais no trimestre, houve efeitos contábeis fora do comum, porém sem desembolso de caixa", explicou Dorf.

Maciel comentou ainda que a Suzano deverá decidir até o final do ano sobre a localização da terceira nova fábrica de celulose que consta do planejamento estratégico. As duas primeiras unidades serão construídas no Maranhão e no Piauí, com início das operações previsto para 2013 e 2014, respectivamente.

RECUPERAÇÃO EM PAPEL

Em relação ao mercado de papel, a Suzano avalia que o segundo semestre deverá ser mais forte em vendas domésticas, em razão do cronograma de compras do governo dentro do Programa Nacional do Livro Didático (PNDL).

"Este é o ano forte em termos de compras dentro do programa. O consumo deve ser 20 por cento maior (em relação a 2008)", afirmou Dorf.
 
No segundo trimestre, a Suzano comercializou 314 mil toneladas de papel, uma alta de 10,8 por cento ante o registrado em igual intervalo de 2008 e de 34,6 por cento frente ao verificado nos três primeiros meses deste ano.

Questionado sobre a possibilidade de comprar a fatia da Votorantim Celulose e Papel (VCP) no Conpacel, consórcio de papel constituído entre as duas companhias, o presidente da Suzano negou a existência de conversas neste sentido.

"Não fomos contatados. Mas, se formos procurados, vamos olhar", disse Maciel.

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