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Tarifa contra etanol importado imposta pelos EUA seria ilegal

A conclusão é de dois senadores dos EUA, John Barrasso


Os elevados subsídios concedidos pelo governo dos Estados Unidos à indústria doméstica de etanol, renovados por mais um ano pelo Congresso americano no final de 2010, provavelmente seriam considerados ilegais se questionados perante a Organização Mundial do Comércio (OMC). A conclusão é de dois senadores dos EUA, John Barrasso, do estado de Wyoming, e John McCain, do Arizona, ambos do Partido Republicano e membros da comissão de energia e recursos naturais do Senado, em visita ao Brasil.

John Barrasso, do estado de Wyoming, e John McCain, do Arizona, ambos do Partido Republicano, deixaram clara a posição após encontro com a presidente Dilma Rousseff em Brasília nesta segunda-feira (10/01/2011). Os dois participam de uma delegação de parlamentares dos dois principais partidos dos EUA, o Republicano e o Democrata, no Brasil para discussões com o governo brasileiro sobre segurança, defesa e outras questões regionais.

"Acredito que a OMC decidiria contra os Estados Unidos porque está claro que se trata de um subsídio que não se justifica e também não segue as regras do comércio internacional," afirmou McCain, que reforçou sua posição contrária também à tarifa de US$0,54 por galão (3,78 litros) imposta por Washington ao etanol importado: "Minha posição contra os subsídios ao etanol é inalterável," declarou em entrevista divulgada pela agência de notícias Reuters.
 
O senador Barrasso acrescentou que energia limpa "deve ser disponibilizada a todos o mais rapidamente possível," reafirmando posição disseminada com frequência pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) sobre o tema: a de que não faz sentido impor tarifas e obstáculos aos combustíveis limpos enquanto o petróleo transita livremente entre países e o mundo se diz preocupado com as mudanças climáticas.

"Ouvir senadores do porte de um John McCain, que foi candidato à presidência dos Estados Unidos, repetindo posições que defendemos intensamente em nosso trabalho junto ao governo e à sociedade americana, demonstra mais uma vez o impacto de nossos esforços no exterior. A mensagem foi absorvida e compreendida por pessoas de peso decisivo," comentou o presidente da UNICA, Marcos Jank.
 
Desde a renovação da tarifa e dos subsídios, que vão custar US$6 bilhões aos cofres americanos em 2011, a UNICA vem deixando claro que favorece a ida do governo brasileiro à OMC contra a política dos Estados Unidos de proteção à produção doméstica de biocombustíveis. "Não foi possível solucionar a questão através do diálogo, portanto a ida à OMC é o caminho que nos resta, a não ser que pontos de vista como o dos senadores que vieram ao Brasil levem a uma real perspectiva de mudança desse quadro no Congresso dos EUA," completou o presidente da UNICA.

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