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Técnica inadequada pode causar perdas na hora da colheita

A colheita de soja no município de Sorriso (MT) já começou e a preocupação dos sojicultores é reduzir as perdas durante este processo


A colheita de soja no município de Sorriso (MT), maior produtor mundial do grão, já começou e a preocupação dos sojicultores agora é reduzir as perdas durante este processo. A pressa durante a colheita, a falta de informação técnica ou mesmo a confiança de que a máquina pode ser trabalhada por qualquer pessoa, sem que esteja devidamente preparada, pode gerar prejuízos comprometedores ao agronegócio do município, bem como a todo o país. Até o momento, apenas algumas áreas foram colhidas, mas, a estimativa é de que, durante os próximos dias, a maioria das lavouras do município esteja em pleno processo de colheita do grão.

Dentre os poucos hectares colhidos, cerca de 2 mil até o dia 10, a produtividade permaneceu na casa de 48 sacas/hec, média abaixo da esperada. Embora não exista uma pesquisa que aponte esta estatística, alguns engenheiros agrônomos calculam a média levando em consideração os dados recolhidos com produtores.

As causas da baixa produtividade, até o momento, estão relacionadas diretamente a cultivares plantadas mais cedo, que acabaram sofrendo com as condições climáticas inadequadas para o seu desenvolvimento. Entretanto, a partir de agora a expectativa é que as próximas lavouras que foram plantadas um pouco mais tarde possam colher mais e até superar a média do município, devido à melhoria das condições climáticas.

Mas, especialistas apontam que não é apenas a condição climática ou o tipo da cultivar que interfere na produtividade alcançada em sacas por hectare. O desperdício durante a colheita também é um fator que precisa ser observado. De acordo com Plínio Pacheco Pinheiro, especialista em mecanização e professor da Escola Agrotécnica de Carazinho (RS) o Brasil está perdendo cerca de 2 sacas por hectare durante a colheita e o Mato Grosso ocupa o segundo lugar no ranking do desperdício, com aproximadamente 1,9% de índice de perdas.

A principal causa desse desperdício, segundo o especialista, está relacionada diretamente ao processo mecânico da colheita. Ele aponta as más condições de operacionalidade e manutenção das máquinas, bem como a falta de capacitação e reciclagem dos operadores como preponderantes para o aumento dos índices de perda. “Sempre se achava que o fator principal das perdas estava ligado às condições da cultura e da área, quando, na verdade, as condições da máquina e a capacidade do operador é que fazem a diferença”, afirma Pinheiro, lembrando que uma regulagem precisa e um operador bem qualificado fazem a diferença na hora da colheita. “Um operador bom é pouco, ele precisa ser ótimo, excelente”, ressalta.

Para o especialista, o fato de a colheita de soja ser totalmente mecanizada com tecnologia de ponta na região, não é garantia de uma regulagem e desempenho perfeitos. “Não podemos correr o risco de achar que uma máquina nova está com tudo resolvido”, pondera, alertando para as perdas consideráveis que ocorrem em grandes lavouras de Mato Grosso, onde são utilizadas máquinas de maior capacidade e tecnologia avançada. “O operador da máquina estará colhendo o dinheiro e por isso é preciso muita responsabilidade neste processo”, finaliza.

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