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Tecnologia de pulverização eletrostática da Embrapa é finalista em prêmio internacional de inovação

Tecnologias selecionadas como finalista na categoria inovação foram desenvolvidas pelo pesquisador Aldemir Chaim


Tecnologias selecionadas como finalista na categoria inovação foram desenvolvidas pelo pesquisador Aldemir Chaim

Tecnologias de pulverização eletrostática desenvolvidas pela Embrapa estão entre as três melhores técnicas de aplicação no mundo. As tecnologias de Gotas eletrificadas: eletrificação direta por meio de um bocal de pulverização eletrostático; Eletrificação indireta no bico de pulverização eletrostática e eletrificação indireta de um bico pulverizador eletrostático pneumático foram finalistas do Prêmio Internacional "Melhor Tecnologia de Aplicação," uma iniciativa da Agrow Awards Agrobusiness Intelligence. O evento foi realizado em Londres, Inglaterra.
 
A premiação visou destacar as empresas que desenvolvem soluções tecnológicas com capacidade para mudar os paradigmas na forma de se pulverizar lavouras, associando economicidade, alta precisão e eficiência no controle fitossanitário, além de minimizar os impactos no ambiente e aumentar a segurança dos aplicadores.

As tecnologias selecionadas como finalista na categoria inovação foram desenvolvidas e aperfeiçoadas pelo pesquisador Aldemir Chaim da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP).

Para a chefe Adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Meio Ambiente Maria Isabel Penteado, figurar entre os finalistas em uma premiação internacional é um feito de muito destaque.  Ela explicou que houve um trabalho na construção da indicação, juntamente com a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento e com a Secretaria de Comunicação da Embrapa no sentido de viabilizar os trâmites da participação e conseguir essa distinção para a Empresa. Segundo ela, essa conquista coloca a Unidade da Embrapa Meio Ambiente em sintonia com as tecnologias mais modernas no mundo e destaca a contribuição em perfeito sincronismo com as diretrizes da Embrapa.
"Sem dúvida é um grande incentivo para a Unidade, perceber-se com trabalho capaz de receber tal honraria," disse ela.

Para o pesquisador Aldemir Chaim, a indicação ao prêmio demonstra que a Embrapa sempre trilhou o caminho certo para solucionar os problemas das aplicações dos agrotóxicos. Ainda segundo ele, também demonstra que a sociedade está preocupada e muito atenta as inovações que estão ocorrendo no mundo inteiro. "As questões ambientais e financeiras têm movimentado os agricultores a buscarem alternativas para praticarem uma agricultura mais sustentável," completou o pesquisador.

Empresa concorrentes  categoria Inovação

                   Tecnologia

Exosect´s (vencedora na categoria)

Entostat - um micro pó quimicamente inerte, a base de cera de carnaúba, carregado eletricamente, usado para otimizar a distribuição de pesticidas através do uso da eletrostática para eliminar o desperdício. Quando aplicado à semente, o Entostat permite fluência e plantabilidade melhoradas, enquanto reduz as falhas de plantio em até 97%.

     Willowood Crop Sciences

Desenvolveu embalagens de pesticidas destinadas a agricultores analfabetos. Após a abertura o pacote de seu produto Wilbond, emite informações sonoras sobre as características do produto para agricultores indianos não alfabetizados da Índia. É embalado em bolsas solúveis em água para não entrar em contato direto com o ambiente ou com o aplicador, é ecologicamente amigável e com isso diminui os riscos ocupacionais

Embrapa (recebeu alta recomendação no quesito inovação)

Sistema universal de eletrificação de gotas, o sistema pneumático eletrostático transportado e o pulverizador costal eletrostático.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Histórico da tecnologia

O pesquisador Aldemir Chaim explicou que desde 1984, o Laboratório de Tecnologia de Aplicação da Embrapa Meio Ambiente tem alertado sobre a baixa eficiência das aplicações dos agrotóxicos. A partir de 1990, realizou várias pesquisas em culturas de porte rasteiro, arbustivo e arbóreo que comprovaram desperdícios entre 30 a 70% dos agrotóxicos aplicados.   

Diante desse contexto, a Embrapa procura alternativas para aumentar a eficiência das aplicações de agrotóxicos, envolvendo aperfeiçoamentos em métodos de calibração, desenvolvimento do programa "Gotas" para análise de deposição, além do constante aperfeiçoamento da "pulverização eletrostática.

Para Chaim a aplicação de agrotóxicos praticada hoje não difere daquela de 1984, pois houve apenas melhoras significativas nas capacidades operacionais das máquinas, mas pouco ou nenhum investimento na eficiência de deposição dos agrotóxicos nos alvos. Conforme destacou o pesquisador, aumentou-se muito a velocidade de aplicação nas culturas de porte rasteiro, como soja e algodão, "ao ponto em que a máquina, ao passar, deixa uma nuvem de gotas que se sedimenta por gravidade sobre as plantas e dependendo da área foliar da cultura, poucas ou nenhuma gota atinge a região intermediária ou a região mais basal das plantas, locais, onde muitas vezes ocorrem problemas fitossanitários graves," disse.

Ao mesmo tempo, existe uma forte tendência de reduzir o volume de calda aplicado, visando aumentar a capacidade operacional dos pulverizadores. Com alta velocidade de transporte e redução de volume de calda, é necessário trabalhar com bicos de pulverização que produzem gotas grandes e, nesse caso, também prejudica a eficiência da aplicação pela redução da biodisponibilidade dos produtos.

A pulverização eletrostática aumenta a atração de gotas para as plantas, bem como a deposição. Em alguns casos específicos, onde as pulverizações são realizadas manualmente, possibilita a redução de volume de calda e princípio ativo. Contudo, esse cenário não resolve todos os problemas da baixa eficiência das aplicações, pois conforme explicou o pesquisador da Embrapa, para a eletrostática funcionar, as gotas precisam ser pequenas e evaporariam antes de chegar nas plantas. Se aplicadas com um trator de barras numa cultura sob uma temperatura de 30°C e 20% de umidade relativa, as gotas se sedimentariam por gravidade, atingindo apenas os ponteiros das plantas.

O pesquisador acredita que, concomitantemente com a eletrostática, "é necessário o desenvolvimento de itens coadjuvantes e novos pulverizadores que apresentem jatos de ar com potência suficiente para levar as gotas até as regiões mais basais das plantas," disse Chaim.

Saiba mais sobre as tecnologias

Sistema de eletrificação de gotas para bicos hidráulicos convencionais

Vai permitir que qualquer pulverizador hidráulico comum possa operar como eletrostático. A previsão é de que o sistema hidráulico comum, quando convertido, agregue ao processo 30% a 40% de economicidade e eficiência. A conversão é possível por meio da utilização de bocais específicos que serão produzidos sob licença da Embrapa, pela empresa Magnojet fabricante de bicos de pulverização. Os dispositivos devem possuir determinadas características de vazão, para possibilitar a emissão de gotas de dimensões mais adequadas ao sistema de pulverização eletrostática.
O sistema, ainda em fase de protótipo, permitirá que a agricultura brasileira se estabeleça em um novo cenário de pulverizações, mais tecnológico e eficiente.

"A característica principal deste novo sistema é que o bico de pulverização eletrostático é capaz de realizar o mesmo trabalho que o hidráulico já realiza, mas acrescenta a capacidade de gerar carga eletrostática, fazendo com que as gotas também se depositem nas partes inferiores das folhas" Aldemir Chaim

Sistema pneumático eletrostático

 Sistema que está sendo fabricado e comercializado sob licença da Embrapa, pele empresa B&D Equipamentos. O dispositivo produz um dos maiores índices de carga de eletrificação de gotas já registrada no mundo para este tipo de equipamento. É indicado para plantas que apresentam alta densidade de folhas. Com tecnologia nacional gerada na Embrapa, serve de base para outras patentes e tem despertado o interesse de várias empresas em difundir e aperfeiçoar a tecnologia.

"O diferencial desse equipamento é que as gotas são carregadas com mais eficiência para o interior das plantas pelo jato de ar que pulveriza o produto (ar comprimido), proporcionando atingir regiões mais escondidas, como galhos, folhas e caule e pode ser configurado em equipamentos tratorizados para grandes áreas." Aldemir Chaim

Pulverizador costal eletrostático

Indicado para pequenos e médios produtores rurais o pulverizador eletrostático costal modelo Jetbrás, desenvolvido pela Embrapa e aperfeiçoado em parceria com a empresa Bells Indústria Eletrônica foi criado para operações de aplicação de caldas fitossanitárias, químicas ou biológicas, fitorreguladores, inseticidas, produtos veterinários e outros usos rurais. Pode ser empregado em todas as culturas nas quais pulverizadores costais são indicados, especialmente naqueles referentes à olericultura e à fruticultura. Permite redução do uso de calda de pulverização em até 90% e possibilita índice de controle fitossanitário de até 97%.

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