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Tecpar oferece treinamento para ampliar produção leiteira no PR

Produtores recebem orientações sobre técnicas de manuseio


A Divisão de Certificação do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) realizou, nesta semana, o primeiro treinamento de produtores de leite de acordo com o Sistema Agropecuário de Produção Integrada (Sapi), o programa de avaliação da conformidade do leite bovino brasileiro do Ministério da Agricultura, coordenado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior por meio do instituto.

O Tecpar foi escolhido pelo governo federal para coordenar um comitê com representantes das instituições ligadas ao setor produtivo e com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A proposta do programa é oferecer as condições de desenvolvimento de metodologia e técnicas de manuseio, garantindo a qualidade do leite desde a propriedade rural às gôndolas de supermercados.

Com isso, assegura-se que o produto tenha sido obtido em um sistema que garanta a proteção ao meio ambiente, a segurança do trabalhador, o bem-estar do animal e que permita rastreabilidade. “É um sistema baseado em boas práticas agrícolas, com equivalência a normas internacionais, que permitirá também ganhar outros mercados. As normas de certificação do leite produzido no Brasil vão torná-lo adequado às exigências do mercado internacional”, explica a coordenadora do projeto, a pesquisadora e médica veterinária Roberta M. Züge.

Dez propriedades rurais foram selecionadas para fazer parte do projeto piloto de avaliação, que vai testar todo o ciclo produtivo do gado, num período de aproximadamente um ano. Durante o treinamento os produtores de leite conheceram os requisitos das Boas Práticas Agropecuárias (APPCC) e da normalização, avaliação da conformidade e certificação. “Estamos dando um grande passo, mas temos a expectativa de saber como vai funcionar o sistema e a preocupação com sua implantação”, diz o produtor e empresário Herbert Wickbold Filho.

Ele contou que procurava uma maneira de valorizar o leite, a exemplo do que aconteceu com o café, que tem um selo de qualidade, quando tomou conhecimento da proposta. “É um projeto que vai servir de modelo para o Brasil. Valorizamos o trabalho que vai dar um diferencial ao nosso produto”, conclui.

O incremento na produção de leite aumenta a possibilidade de exportação – a produção anual de leite no Brasil aumentou de 8 bilhões de litros, em 1975, para os atuais 22 bilhões, resultado dos ganhos de produtividade decorrentes da adoção de tecnologias pelos produtores –, no entanto, tanto o mercado externo quanto uma parcela crescente do mercado interno exigem produtos de qualidade garantida. A população está cada vez mais se preocupando com as condições da produção de alimentos para que não degrade o meio ambiente e mantenha o bem-estar do homem do campo e do animal.

Para Roberta Züge se o Brasil já contasse com as normas de certificação do leite em vigor, poderia evitar o desperdício, como o que ocorreu devido ao recuo do mercado perante as suspeitas de febre aftosa em alguns rebanhos do Estado, em 1996. As suspeitas não foram confirmadas, não havia animais infectados, mas os prejuízos já haviam sido contabilizados pela bacia leiteira paranaense.

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