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Tendência é de alta nos preços de produtos derivados da soja

Projeções indicam uma tendência de alta nos preços de produtos e subprodutos da soja


Projeções indicam uma tendência de alta nos preços de produtos e subprodutos da soja. As estimativas são baseadas em fatores como a utilização da oleaginosa na produção do biodiesel e no crescimento da demanda mundial por proteína usada na composição de rações animais. "O crescimento da economia dos países emergentes vai favorecer o consumo de farelo de soja em rações de frango, suínos e bovinos confinados", afirmou Amélio DallAgnol, pesquisador da Embrapa Soja.

As oleaginosas, a agroenergia, a cana-de-açúcar e o aproveitamento de co-produtos foram assuntos discutidos nessa terça-feira (12-12) no segundo dia da Conferência Internacional de Agroenergia. A soja, como uma das principais commodities do agronegócio brasileiro, está sendo amplamente utilizada na fabricação do biodiesel. "A soja hoje está para o biodiesel assim como a cana-de-açúcar está para o álcool", observou DallAgnol. Segundo ele, 89% de todo o biodiesel produzido no Brasil é feito a partir da mistura com óleo do grão.

"O teor de óleo da soja é de 19%, um dos menores índices se comparados com outras oleaginosas. Mas a soja é amplamente utilizada devido à produção de óleo, que tem maior teor de proteínas", comentou o pesquisador. Além disso, 70% do farelo utilizado em rações animais são da oleaginosa. Por isso, na avaliação dele por maior que seja a produção mundial do grão nunca irá faltar mercado consumidor. "Em 35 anos a produção de soja tem crescido em 5 milhões de toneladas por ano. Haverá um incremento na demanda por farelo e óleo de soja o que provocará um aumento do preço dos produtos", salientou.

A cotação da soja depende diretamente do custo do petróleo. "Quando o preço do barril de petróleo atingiu os US$ 80, todos estavam interessados no biodiesel. Agora que a cotação caiu para menos de US$ 60, o interesse caiu um pouco porque esse valor está um ponto acima do qual vale a pena produzir biodiesel", explicou DallAgnol. No entanto, combustíveis fósseis como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral ainda estão em desvantagem com relação à outras fontes de energia porque não são renováveis. No atual ritmo de consumo e sem a descoberta de novas jazidas, a atual reserva mundial seria suficiente por mais 45 anos.

A expectativa é que esse tempo seja prolongado devido à utilização de outras fontes energéticas, como biodiesel, energia elétrica, hidroelétricas, eólica, termoelétricas e solar. "Estamos em uma fase de transição da matriz energética dos fósseis até que seja descoberta uma outra fonte energética. O problema atual é que as pessoas não descobriram tecnologias de armazenamento da energia solar e do hidrogênio", afirmou o pesquisador.

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