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Todos contra o bicudo-do-algodoeiro

IMAmt lidera esforços de produtores, pesquisadores e técnicos


O bicudo-do-algodoeiro é considerado a praga-chave da cotonicultura brasileira e seu controle efetivo depende de diversos fatores, principalmente de um trabalho realizado em conjunto por todos os produtores de algodão e seus colaboradores. Essa é a filosofia de um projeto que vem sendo executado pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) desde o início da safra 2014/15 e visa garantir mais tranquilidade aos associados da Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) a partir da próxima safra, cujo plantio será iniciado a partir de 1º de dezembro, após o fim do período de vazio sanitário.

Nos últimos meses, o entomologista Eduardo Barros, pesquisador do IMAmt responsável pelo projeto Controle Efetivo do Bicudo, e assessores técnicos regionais (ATRs) têm se reunido com representantes da cadeia produtiva do algodão em Mato Grosso, com o objetivo de discutir as melhores ações de manejo da praga e do sistema algodoeiro. Esses encontros resultaram na formação de Grupos Técnicos do Algodão (GTA) em vários municípios e/ou regiões: Sapezal, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Diamantino/Deciolândia, Campo Novo do Parecis, Alto Taquari e Rondonópolis (região da Serra da Petrovina).  Novos GTs estão em processo de formação em outras regiões.

"O objetivo desses encontros, que acontecem uma vez por mês em cada GTA, é trazer os representantes das fazendas para falar como está o controle do bicudo em cada propriedade, a destruição de soqueira e o manejo fitossanitário da cultura em geral, dentre muitos outros assuntos relacionados à cotonicultura. O local da reunião mensal varia entre as propriedades participantes para estimular a participação de todas as fazendas", conta.

Barros acredita que essa troca de experiências – os participantes relatam, por exemplo, as dificuldades encontradas na destruição dos restos culturais da safra 2014/15 de algodão – é responsável pelos bons resultados do projeto até agora. "Percebo que todos estão levando muito a sério o controle da praga e reconhecem a importância de não ter bicudos no período de entressafra do algodão (vazio sanitário), quando grande parte das áreas está destinada ao cultivo de soja", comenta o pesquisador.

Nessas reuniões, os representantes do IMAmt levam a agricultores e ao corpo técnico das fazendas as recomendações da pesquisa para o controle do bicudo e identificam as demandas do campo, de modo a buscar novas soluções para os problemas encontrados.  Essas reuniões contam com a participação do engenheiro agrônomo Márcio de Souza (do IMAmt) e têm, eventualmente, a presença de convidados, como outros pesquisadores do IMAmt e Walter Jorge dos Santos, considerado uma das maiores autoridades brasileiras em bicudo.  Os encontros podem contar ainda com a presença de representantes locais do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT) e, embora o foco principal seja o bicudo, produtores e seus colaboradores aproveitam para falar sobre a pressão de outras pragas que comprometem o sistema produtivo adotado em Mato Grosso, como a mosca-branca.

"O bicudo-do-algodoeiro é apenas uma das pragas que ameaçam o futuro da cotonicultura em Mato Grosso, mas seu controle precisa ser levado muito a sério, considerando que o inseto dizimou lavouras de algodão de outros estados, como São Paulo, Paraná, Paraíba e Pernambuco nas décadas de 80 e 90", frisa o entomologista do IMAmt, que está animado com os resultados do projeto Controle efetivo do bicudo-do-algodoeiro. O projeto tem apoio financeiro do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
 
SAP-e Bicudo – Os produtores de algodão e seus colaboradores têm à disposição outra ferramenta no controle do bicudo em Mato Grosso. Trata-se do Sistema de Alerta de Pragas Emergentes (SAP-e), projeto executado também com apoio financeiro do IBA. O Relatório de Monitoramento de Bicudo, que voltou a circular nesta primeira semana de novembro, traz informações e muitos gráficos sobre o nível de pressão da praga nas lavouras, a partir da análise do índice B.A.S (bicudo por armadilha por semana) levantado em todos os núcleos regionais.

O primeiro relatório da safra 2015/16 apresenta uma novidade em relação aos da safra anterior: além do comentário do entomologista Eduardo Barros, a cada semana, os assessores técnicos regionais (ATRs)  Renato Tachinardi, Emilio Araújo Pereira, Felix Kmiecik, Gustavo Magnani e Edenilson Souza também comentam a situação do bicudo em cada núcleo produtor de algodão.

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