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Trabalho conjunto no combate à mosca-de-estábulo

Com aproximadamente 80% das usinas instaladas no sul de MS, os pecuaristas estão alertas quanto aos riscos e às consequências do ataque do inseto


A cana-de-açúcar, como é amplamente divulgado, traz vários benefícios para a economia brasileira, gera açúcar, álcool anidro e hidratado, empregos e desenvolvimento. Porém algumas preocupações acompanham a cultura, recentemente, uma delas foi o surto da mosca-de-estábulo (Stomoxys calcitrans) no rebanho bovino dos municípios da região sul de Mato Grosso do Sul.

Com aproximadamente 80% das usinas instaladas no sul de MS, conhecido como Grande Dourados, os pecuaristas estão alertas quanto aos riscos e às consequências do ataque do inseto. Desta forma, um grupo formado por representantes de sindicatos de produtores rurais, Governo do Estado e Federal, extensão rural, universidades, empresas privadas e instituições de pesquisas, como a Embrapa, reuniram-se em Campo Grande-MS para discutir meios de se combater a mosca.

De acordo com Cleber Oliveira Soares, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte,  localizada em Campo Grande-MS, somente por meio de estudos direcionados é que será possível traçar e propor ações específicas.

Como os resultados das pesquisas levarão certo tempo e diante da urgência, Cleber Soares, explica que um grupo de trabalho foi estabelecido e em poucos dias uma nota técnica será disponibilizada. “Somos um centro nacional de pesquisa em gado de corte e temos um compromisso. Iremos colaborar diretamente com as ações que busquem alternativas para controlar e amenizar este problema”, afirma o pesquisador.

Também presente nesta questão está a Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul). Para o seu vice-presidente, Eduardo Correa Riedel, o assunto precisa ser amplamente debatido, pois envolve produtores tanto de gado de corte quanto de cana-de-açúcar. “É uma questão que afeta todo o Estado de Mato Grosso do Sul e a elaboração de um documento técnico norteará nossas próximas medidas”, aponta.

Em busca de soluções está ainda a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul). Roberto Hollanda Filho, presidente da Associação, esclarece que à primeira notificação de surto, as usinas da região foram alertadas. “Temos um rigoroso marco regulatório para o funcionamento de usinas de álcool, principalmente, no que se refere às questões ambientais. Enfrentar este assunto é primordial, porque a exportação do nosso etanol depende de credibilidade e qualidade”.

Praga – A mosca-de-estábulo tem aproximadamente o mesmo tamanho e aparência geral de uma mosca doméstica. Ela alimenta-se de animais de sangue quente e é encontrada nas vizinhanças de estábulos ou áreas de pastoreio. O dano causado por sua picada dolorosa e também pela perda de sangue e a irritação que leva os animais a se tornarem menos eficientes, a torna uma praga relevante para os pecuaristas.

Conforme relatos dos pesquisadores João Batista Catto e Wilson Koller, da Embrapa Gado de Corte, o inseto apresenta-se mais agressivo do que a mosca-dos-chifres. “Ela está se desenvolvendo em outros lugares, o meio alterou-se”, afirma o especialista em entomologia, Wilson Koller.

O médico-veterinário João Batista Catto acrescenta que a mosca é natural em regiões tropicais e subtropicais e “as informações científicas e os indícios mostram uma associação de fatores para justificar o surto”, completa Catto.

Durante o encontro, alguns produtores mencionaram a morte de bois e vacas decorrentes do ataque do inseto, mas somente as pesquisas confirmarão as causas. “Havia um equilíbrio no Estado, que foi alterado devido a diversos fatores. Temos novas condições que precisam ser analisadas e diante disso desenhar o comportamento da praga e agir proativamente”, conclui o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Fernando Paiva. As informações são de assessoria de imprensa.

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