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Traça na uva é combatida com aviões agrícolas

Esta traça pode produzir de 2 a 4 gerações por ano, dependendo da duração do verão na região


Foto: Divulgação

O governo da província argentina de San Juan, no oeste argentino, deve iniciar em outubro uma rodada de aplicações aéreas contra a traça da uva (Lobesia botrana). A região é a segunda mais importante em produção de vinhos no país e concentra importantes vinícolas do país onde são cultivadas, entre outras variedades, as uvas Malbec que dão origem a vinhos finos.

As pulverizações devem abranger 25 mil hectares de videiras, mais da metade do total no local. O Programa de Controle e Erradicação da Lobesia começou neste mês, com a distribuição de armadilhas de feromônios para mil produtores, que detém 10 mil hectares de videiras. A estratégia nesses locais é capturar insetos no primeiro voo como adultos. A segunda etapa será a de aplicações aéreas de inseticidas.

Mais conhecida como traça européia dos cachos da videira também ataca oliveiras. O inseto se alimenta das frutas, causando perdas pela podridão e as lagartas mais velhas tecem fios de seda que unem frutos, em seguida penetram neles. Esta traça pode produzir de 2 a 4 gerações por ano, dependendo da duração do verão na região. No Brasil a praga está classificada como quarentenária ausente.

A praga foi detectada pela primeira vez em Mendoza, em 2010, e em San Juan 2 anos depois. Só em San Juan, são cerca de 1,8 mil armadilhas, distribuídas em todos os departamentos que possuem vinhedos. Elas são monitoradas constantemente para se detectar a presença do inseto a tempo de seu controle. Neste ano o investimento oficial na campanha contra a peste é de 300 milhões de pesos argentinos (equivalente a R$ 22,2 milhões). As campanhas locais chegaram a reduzir em 95% a presença da traça da uva na província no final de 2018.

Apesar de segura, eficiente e crucial para a região, o uso de aviação agrícola contra a traça da uva no oeste argentino já esteve no centro de uma polêmica em relação ao impacto ambiental e danos às abelhas. Testes de campo aplicaram produto diretamente sobre 30 colmeias e com outras em uma faixa de 100 metros ao redor. O ensaio foi acompanhado por um especialista em apicultura e criadores de abelhas. Todos verificaram o estado das colmeias antes, pouco depois e uma semana após a aplicação, sem detectar mortandade ou mesmo alterações na rotina das abelhas. 
 

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