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Transgênicos aumentam empregos na Argentina


O economista argentino Eduardo Trigo, integrante da Comissão Assessora de Biotecnologia da Secretaria de Agricultura, Pesca e Alimentação da Argentina, apresentou, durante evento promovido pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), em São Paulo, dados a respeito do avanço das plantas geneticamente modificadas em seu país, que cultiva soja, algodão e milho transgênicos.

Trigo citou o crescimento de emprego no setor agrícola, 100 mil novas vagas, de 1996, quando a soja Roundup Ready foi aprovada, até hoje, e redução no uso de herbicidas com alta toxicidade como efeitos indiretos da adoção da soja transgênica. "A utilização dessa soja, tolerante ao herbicida, facilita o uso do plantio direto, sistema que visa a diminuir a excessiva movimentação do solo, expandindo a produtividade das lavouras, evitando a erosão e preservando o meio ambiente. Além disso, o plantio direto, nesse caso, possibilita o uso da oleaginosa como segundo cultivo, em lugares em que o plantio da soja não era possível", disse.

Segundo o especialista, que também é secretário-executivo do Grupo Consultivo sobre Biotecnologia para América Latina e Caribe, a agricultura argentina deu salto muito importante depois que os produtores adotaram a tecnologia. Ele mencionou que, entre os impactos diretos da utilização da soja transgênica, estão a redução de 20 dólares a 25 dólares por hectare nos custos de produção e aumento das exportações. Essa planta geneticamente modificada ocupa 90% de toda a área de soja cultivada na Argentina. "O produto é o exemplo do mais rápido processo da adoção dos transgênicos na história da agricultura do país", afirmou.

O economista citou que o milho e o algodão Bts, aprovados em 1998 para a comercialização na Argentina, somarão cerca de 450 milhões de dólares em benefícios acumulados até a safra 2003/2004. A tecnologia Bt, resistente a insetos, aumentou 17% a produção de algodão no país e 21% o cultivo de milho. Trigo explicou que não houve, até agora, problemas nas exportações desses produtos.

No Brasil, no caso do milho, aumento de produção dessa natureza, poderia acabar, por exemplo, com a crise de desabastecimento no setor avícola. Segundo o presidente da Associação dos Avicultores de Pernambuco (Avipe), Edílson Santos Júnior, nos últimos seis meses foram fechadas mais de 170 granjas no Estado e cerca de 17 mil pessoas ficaram desempregadas.

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