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Transgênicos crescem 66% no Brasil


Os agricultores brasileiros poderiam aumentar o faturamento de sua produção agrícola em até US$ 1 bilhão por ano caso o plantio de soja, milho e algodão transgênico fosse permitido no País. Essa é a previsão de Clive James, presidente do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, da sigla em inglês). Atualmente, apenas o plantio de soja transgênica está regulamentado por Medida Provisória, porém há informações de que os produtores rurais já plantem milho e algodão geneticamente modificado.

James estima 22% da área cultivada com soja na safra 2004/05 é transgênica. O Brasil teria plantado 5 milhões de hectares, área 66% maior que a do período anterior. Isso faz do País uma liderança no uso de biotecnologia.

A ISAAA é uma organização sem fins lucrativos patrocinada por entidades filantrópicas, órgãos oficiais - como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) - e empresas privadas. O estudo sobre transgênicos foi patrocinado pela Fundação Rockefeller, dos EUA, e a Fundação Bussolera Branca, da Itália.

Em 2004 a área com transgênicos em todo mundo alcançou 81 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Desde 1996, quando foi plantada a primeira lavoura geneticamente modificada, a área cultivada vem num ritmo de crescimento de dois dígitos.

"Acredito que até 2010 a área cultivada com organismos geneticamente modificados vai dobrar, passando para 150 milhões de hectares", diz James.

Esse crescimento será puxado pela adesão de novos países à tecnologia. Na Ásia, Paquistão, Vietnã e Tailândia devem cultivar lavouras transgênicas no curto prazo. Na América do Sul, James cita Chile e Bolívia e na África, Quênia, Mali e Egito, este último com o plantio de algodão. "A África, onde as lavouras transgênicas seriam muito importantes para reduzir a fome, é uma das regiões com um dos menores índices de adesão à transgenia", diz. Ele acredita que isso seria motivado pelo nível de desenvolvimento tecnológico desses países, problemas de infra-estrutura e falta de mão-de-obra especializada.

De acordo com estudo da Cropnosis, divulgado no final de 2004, as lavouras transgênicas faturaram US$ 4,7 bilhões em 2004, e devem chegar a US$ 5 bilhões neste ano.

O estudo da ISAAA, baseado em dados fornecidos pelos governos dos países e associações de agricultores, mostra que 8,25 milhões de agricultores em 17 países plantaram safras geneticamente modificadas, entre soja, milho, algodão e canola. A maior parte deles (90%) é de pequenos produtores, informa a entidade.

A pesquisa também mostra que o crescimento de área nos países em desenvolvimento foi de 35,3% em 2004, superior à expansão de 12,9% registrada nos países industrializados, notadamente os Estados Unidos e o Canadá.

O maior produtor de lavouras transgênicas continua sendo os Estados Unidos, com 47,8 milhões de hectares, seguidos pela Argentina, com 16,2 milhões de hectares e o Canadá e Brasil, cada um com 5 milhões de hectares.

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