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Trigo gaúcho reage no mercado de lotes

Moinhos ainda tentam manter os preços


AF News - A demanda finalmente começa a alterar o equilíbrio do mercado do trigo nos últimos meses e começa a refletir em preços melhores aos produtores brasileiros. As variações nas cotações estão sendo observadas nestas últimas semanas nos quatro estados produtores pesquisados, mas em especial no Paraná e no Rio Grande do Sul, onde os negócios voltam a movimentar o mercado de forma mais intensa, o que não ocorre desde setembro, logo após o início da colheita.

No Paraná, moinhos que estavam conseguindo adquirir o grão por preços de até R$ 460,00/ton nestes últimos meses e que só estavam praticando estes preços em negócios pontuais, quando o produtor se dispunha a vender, agora não estão conseguindo comprar por menos de R$ 475,00/ton, sendo a média de preços situada em R$ 480,00/ton. Já no Rio Grande do Sul, onde os preços estavam muito abaixo dos paranaenses, é onde a reação do mercado está impressionando pelo salto das cotações nestas primeiras três semanas de janeiro, com os preços saindo de uma média de R$ 420,00/ton para até R$ 445,00/ton que começaram a ser registrados na semana passada.

Dessa forma, a previsão que se fazia no final do ano passado de que o produtor gaúcho que tanto reclamava da baixa remuneração oferecida pelo seu trigo deveria aguardar o início do ano se confirmou, e tudo indica que, dependendo da qualidade do produto negociado as cotações tem fôlego para avançar ainda mais. Esta elevação dos preços pagos ao produtores está ocorrendo devido à forte adesão do estado aos leilões de PEP, às exportações aquecidas desde novembro do ano passado, indicando embarques sem o subsídio do governo federal, e ao retorno natural dos moinhos às compras após a desaceleração do final do ano e a necessidade de repor estoques para atender à forte procura das indústrias mesmo nestas primeiras semanas do ano. Além disso, o obviamente que a sustentação dos preços elevados nas Bolsas internacionais e o encarecimento do trigo importado em decorrência disso também contribuem e muito para esta capacidade maior de pagamento dos moinhos.

No entanto, esta primeira semana de alta mais expressiva nas cotações sinaliza dificuldades para muitos produtores conseguirem repassar o reajuste de 3,5% desta semana e chegar aos R$ 445,00/ton que já são registrados em alguns negócios, isso porque os moinhos ainda estão pressionando seus fornecedores pela manutenção dos preços entre R$ 425,00/ton e R$ 435,00/ton.

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